quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

O LIVRO DAS RELIGIÕES - SHULAMIT AMBALU, MICHAEL COOGAN, EVE LEVANI FEINSTEIN, PAUL FREEDMAN, NEIL PHILIP, ANDREW STOBART, MEL THOMPSON, CHARLES TIESZEN, MARCUS WEEKS



O Livro das Religiões é dividido em Introdução e em oito capítulos: Crenças Primitivas, Crenças Milenares e Clássicas, Hinduísmo, Budismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, e Religiões Modernas.
Na Introdução, revela-se que a religião considerada mais antiga é o Hinduísmo, sendo o Judaísmo a primeira religião abraâmica, seguida pelo Cristianismo e pelo Islamismo.
Observa-se que a religião tem a função de fornecer uma orientação moral à sociedade e seus seguidores são motivados pelo objetivo de se libertar do ciclo de morte e renascimento ou de se atingir a imortalidade.
Entre as Crenças Primitivas estão os Ainos, os Samis, os Baigas, os Maoris, os Aborígenes, os Índios, os Chewongs, os Waraos, os Astecas, os Maias e outros povos mesoamericanos, os Pawnees, os Dogons, os Tikopianos e os Hupas.
Os Ainos, situados no Japão, acreditavam que todo ser e todo objeto que existisse tinha uma alma e podia agir, falar e caminhar por conta própria, sendo que as suas almas sempre reencarnam no mesmo gênero e espécie.
Os Samis, na antiga Lapônia, tinham a capacidade de entrarem em estado alterado de consciência para visitar outros mundos e interagir com os espíritos que vivem lá.
Os Baigas, na Índia, acreditavam que foram criados para serem os guardiões da floresta. Já os Maori, na Nova Zelândia, afirmavam que a morte só passou a existir após um incesto.
Os Aborígenes Australianos acreditavam que a criação é algo contínuo e permanente, existindo, num presente eterno, não num passado remoto.
Os Índios, dos Andes, cultuavam os mortos a fim de que a terra alimentasse-os. Os Chewongs, da Malásia, criam que a comida devia ser sempre compartilhada.
Os Waraos, da Venezuela, afirmavam que o mundo era plano e que havia diversos deuses. Já os Astecas, os Maias e outros povos mesoamericanos, no México, acreditavam que o sacrifício de sangue aos deuses era essencial para assegurar a sobrevivência do mundo.
Os Pawnees, das Grandes Planícies dos Estados Unidos, construíam suas cabanas de forma que fosse uma versão miniatura do universo.
Os Dogons, de Mali, acreditavam que a humanidade era a semente do universo e que a forma humana refletia tanto o primeiro momento da criação como o universo inteiro. Dessa forma, todo vilarejo dogon tinha o formato do corpo humano.
Os Tikopianos, das ilhas Salomão, realizavam atividades que agradavam os deuses e possuíam valor econômico para sua comunidade.
Por fim, os Hupas, da Califórnia, acreditavam que eram capazes de renovar o mundo revitalizando a terra de modo a assegurar recursos suficientes para o ano seguinte por meio da reencenação da narrativa sagrada dos kixunais.
Dentre as Crenças Milenares e Clássicas está o Zoroatrismo, o Taoísmo, o Jainismo, o Confucionismo e o Xintoísmo.
O Zoroastrismo, do Irã, prega que o bem prevalece sobre o mal, que todos nós nascemos bons, que é nossa responsabilidade escolher o bem em detrimento do mal, que as virtudes humanas são a sinceridade, a lealdade, a tolerância, a capacidade de perdoar, o respeito aos idosos e o cumprimento de promessas. Além disso, acredita que as pessoas serão julgadas quando morrerem e no dia do Juízo Final, será avaliada sua moralidade de pensamento e de suas ações. Cabe ressaltar que as falhas morais podem ser corrigidas no além, quando o indivíduo poderá sair do inferno e ir morar no paraíso. Por fim, quando chegar próximo do fim dos tempos, as pessoas se tornarão puras e deixarão de consumir carne, leite, vegetais e água, até não precisarem de mais nada. As pessoas escolherão somente o bem, acabando com o pecado, chegando o fim e o mundo terá um novo início perene e imaculado.
Na China está o Taoísmo, o qual prega que os indivíduos devem se desapegar de preocupações materiais e de emoções perturbadoras, podendo alcançar a imortalidade somente por meio do desapego.
Na Índia há o Jainismo que prega a abnegação para se alcançar a libertação e não reconhece nenhuma divindade, colocando toda responsabilidade nas ações e na conduta do indivíduo. A abnegação é realizada por meio de Cinco Grandes Votos: não violência, falar a verdade, celibato, não pegar o que não é claramente oferecido e desapego de pessoas, lugares e coisas. Ao seguir esses Cinco Grandes Votos, o indivíduo segue uma vida errante, dedicada a pregação, jejum, devoção e estudo. Os jainas que não fazem os Grandes Votos, seguem as três joias: fé correta, conhecimento justo e boa conduta.
Na China também está o Confucionismo que é mais um sistema humanístico de filosofia moral do que uma religião o qual prega que para governar os outros é preciso governar a si mesmo.
No Japão está o Xintoísmo que é uma religião indígena que ensina que as energias sagradas estão no mesmo mundo material  das pessoas e que elas respondem orações e podem influenciar nos acontecimentos. Essas energias sagradas não são onipotentes e podem ser demoníacas. Por isso, o Xintoísmo cultiva os rituais de purificação, sendo que consideram a morte o estado de impureza máxima, o que explica a não realização de funerais pelos xintoístas.
O próximo capítulo estuda o Hinduísmo que é a religião mais antiga dentre as existentes hoje em dia.  Ela não reconhece profetas, não cultua deuses, não segue dogmas, não acredita em conceitos filosóficos e não professa ritos religiosos de ninguém. Não se limita às características de nenhuma religião ou credo, podendo ser visto como uma forma de vida.
Portanto, o Hinduísmo são diferentes religiões e filosofias espirituais da Índia que vê o tempo cíclico, onde há muitas deusas para representar a criatividade, a fertilidade ou o poder, e que acredita na reencarnação. Seus grandes princípios morais são: não matar, falar a verdade, celibato, não roubar e não ser avarento. Acredita que por meio da Yoga, ou seja, um conjunto de práticas físicas e mentais, pode-se alcançar uma visão espiritual e libertação das limitações do corpo físico, ao promover a tranquilidade mental e a concentração.
Apesar do Hinduísmo original não cultuar deuses, suas ramificações tendem a desmistificar essa crença. Dentre suas ramificações então: o Vaishnavismo, o Shaivismo, o Shaktismo, o Darshanas, o Smartismo, o Lingayatismo, o Swaminarayan Sampraday, o Brahmoísmo, o Arya Samaj e a Sociedade Sathya Sai Baba.
Cabe ressaltar que o Vaishnavismo é a maior seita do Hinduísmo e a mais antiga. O Shaivismo é tão antigo quanto o Vaishnavismo e acredita que Shiva é um deus supremo. Para o Shaktismo, Shakti é o poder divino que cria e sustenta a criação. Os Darshanas objetivam estudar a realidade suprema por  meio da cosmologia, da natureza humana, das leis científicas, da lógica, do ritual, da metafísica e do destino a fim de se libertar da reencarnação. O Lingayatismo só cultua Shiva. O Brahmoísmo preza pela reforma social assim como o Arya Samaj, além disso esta opõe-se ao sistema de casta. Por fim, a Sociedade Sathya Sai Baba é guiada pela verdade, pelo dever, pela paz, e pelo amor divino. A Sociedade também acredita que todas as castas são iguais.
O capítulo seguinte analisa o Budismo da Índia, o qual é considerado mais uma filosofia que uma religião, porque não envolve a ideia de Deus. Seu criador estabeleceu Quatro Nobres Verdades para explicar a natureza do sofrimento e as formas de superá-las: a verdade do sofrimento, a verdade da origem do sofrimento, a verdade do fim do sofrimento e a verdade do caminho para o fim do sofrimento. Além dessas Verdades, ele dizia que todas as coisas na vida acontecem como resultado de determinadas causas e condições, as quais são as três marcas universais da existência: tudo é impermanente e está sujeito à mudança, nada na vida nos dá satisfação completa e nada possui uma essência fixa.
Ensina também que o fim do sofrimento é conhecido como o estado de paz chamado nirvana que somente pode ser alcançado pela ausência do desejo. Sua ideia é apresentar uma forma de vida que diminua o sofrimento sem regras ou doutrinas que devam ser aceitas, pois para o Budismo nenhum deus salvará a humanidade, portanto, a sabedoria é que deve ser cultivada, por meio dos mestres ou das escrituras, da reflexão pessoal, e como resultado da prática espiritual.
Ainda prega cinco preceitos para viver: não matar (o que determina o vegetarianismo aos budistas), não roubar, contra a má conduta sexual (não adulterar, não estuprar, não abusar sexualmente), não mentir e não consumir substâncias inebriantes.
Da mesma forma que o Hinduísmo original não cultuava deuses, o Budismo também não, mas suas ramificações também tendem a desmistificar essa crença. Dentre suas ramificações então: o Budismo Theravada, o Budismo Mahayana, o Budismo Terra Pura, o Budismo Tibetano, o Budismo Tântrico, o Zen-Budismo, o Budismo de Nitirem, o Soka Gakkai e a Comunidade Budista Triratna.
O Busdismo Theravada e o Budismo Mahayana são as duas principais formas de Budismo. O Budismo Theravada é a mais antiga ramificação do Budismo e é considerada a forma mais próxima dos ensinamentos de Buda, sendo que sua atividade mais importante é a meditação a fim de atingir o nirvana, ou seja, a iluminação perfeita. No entanto, o propósito do Budismo Mahayana é ajudar outras pessoas em seu caminho espiritual, pois acreditam que as pessoas podem virar budas, “... reverenciando aqueles que se aproximaram do nirvana (...) e quem possui, além da compaixão, seis perfeições: generosidade, moralidade, paciência, energia, meditação e sabedoria”. (p. 330)
O Budismo Terra Pura se desenvolveu na China e acredita que pode evitar o ciclo de morte e renascimento, indo morar na Terra Pura e alcançar a iluminação, sendo a devoção a Amida o único caminho verdadeiro.
O Budismo Tibetano se desenvolveu no Tibete com monges e práticas religiosas, incluindo devoção a gurus e o uso de mandalas ou diagramas simbólicos como ferramentas de meditação. O Budismo Tântrico também inclui rituais, meditação, mandalas e até magia.
O Zen-Budismo se enraizou no Japão e enfatiza “...a devoção à meditação, a conquista da iluminação, o valor da experiência em detrimento das escrituras e a crença de que os seres humanos são idênticos ao cosmos e possuem atributos em comum com tudo o que existe no mundo.” (p. 331). O Budismo de Nitirem também se fundou no Japão, acreditando que somente  o Lotus Sutra poderia conduzir à budeidade . Como no Budismo de Nitirem, o Soka Gakkai também enfatizava o Lotus Sutra e o canto ritualístico.
Por fim, a Comunidade Budista Triratna foi fundada no Reino Unido sob o refúgio em Buda, no dahmma, e no sangha.
Ao estudar o Judaísmo tradicional se verificou que seu objetivo era estabelecer uma sociedade justa, de acordo com os padrões da época, que se destacasse no serviço divino. No entanto, seus preceitos foram sujeitos a séculos de interpretação, e muitos já não se aplicam na prática.
O Judaísmo tradicional sustenta que o status na aliança é transmitido de mãe para filho. Portanto, o filho de uma mãe judia é automaticamente judeu e obrigado a cumprir os preceitos. Esse status herdado não se perde. Um judeu que não observa os preceitos está violando a aliança, mas não deixa de ser judeu. Por outro lado, um não judeu pode se tornar judeu por meio da conversão. De acordo com a lei rabínica, um convertido ao judaísmo deve aceitar os preceitos judaicos e realizar um banho de imersão, conhecido como mikve (no caso dos homens, é necessário também fazer circuncisão). A partir da conversão, o indivíduo assume todos os direitos e deveres de um judeu. (p.175)

Com o passar do tempo foram surgindo diversas ramificações do Judaísmo: o Judaísmo Ortodoxo, o Judaísmo Sefardita, o Judaísmo Hassídico, o Judaísmo Neo-Ortodoxo, o Judaísmo Reformista, o Judaísmo Conservador, a Ciência Judaica, o Judaísmo Reconstrucionista e o Judaísmo Humanista.
O Judaísmo Ordodoxo é considerado a continuação da tradição religiosa desenvolvida em Canaã há 3 mil anos e praticada pelos judeus na época de Moisés. (...). Um dos pilares do Judaísmo Ortodoxo é a crença de que a Torá – os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica – contém as palavras literais de Deus e oferece orientação para todos os aspectos da vida. (p. 332)

“Dentro do Judaísmo Ortodoxo, a promessa da redenção messiânica continua sendo uma ideia central.” (p.181)
O Judaísmo Hassídico surgiu na atual Ucrânia e enfatiza o relacionamento místico com Deus. Prega o isolamento do mundo, a meditação, a oração, e o estudo da Torá para se aproximar de Deus, que é um ser infinito e o centro do univerno.
O Judaísmo Neo-Ortodoxo foi fundado na Alemanha e procurou adaptar-se ao mundo moderno, pois acreditam ser fundamental o convívio com pessoas não judias.
O Judaísmo Reformista se desenvolveu nos Estados Unidos, acreditando que a Torá foi escrita por pessoas inspiradas por Deus, mas não são as palavras literais de Deus.
Portanto, uma das modificações foi que “tanto no Judaísmo Reformista americano quanto no Judaísmo liberal britânico, os filhos de pais judeus com mães judias são considerados judeus se eles se identificarem como tal, sem necessidade de conversão.”(p. 175).
O Judaísmo Conservador também se desenvolveu nos Estados Unidos para preservar o “...conhecimento histórico conforme exemplificado na Bíblia hebraica e no Talmud..”(p.333). Portanto, além das leis transmitidas a Moisés, o Judaísmo utiliza o Talmud da Babilônia, o qual possui “longas discussões entre os rabis referentes à interpretação” (p. 183), e “um corpo de conhecimento místico conhecido como cabala” (p. 186).
A Ciência Judaica também surgiu nos Estados Unidos. Seus seguidores são
Incentivados a cultivar o contentamento pessoal e uma atitude positiva em relação a si mesmos e aos outros. Deus não é visto como uma figura paternal, mas uma energia ou força que permeia o universo, além de ser a fonte e o restaurador da saúde. Autoajuda, visualizações e rezas afirmativas (com foco em resultados positivos) são elementos centrais do credo, promovendo o bem-estar físico e espiritual. A ciência judaica reconhece a medicina moderna e, ao contrário da ciência cristã, permite o tratamento médico convencional. (p. 333)

O Judaísmo Reconstrucionista ou Judaísmo Progressista, também americano, acredita que as leis da Torá só podem ser consideradas se elas tiverem alguma finalidade para o povo judeu ou para a humanidade como um todo, caso contrário as leis devem ser reconstruídas, ou seja, reinterpretadas. Além disso, ele acredita na substituição da ideia de um Deus autoritário por um relacionamento íntimo e individual com Ele.
Por fim, o Judaísmo Humanista, também americano, é uma alternativa ateísta à religião tradicional, pois considera o povo judeu uma cultura étnica, sem relação com Deus, com rituais que incentivam a autodeterminação, a autoajuda e a razão para moldar sua vida.
Com o surgimento do Cristianismo, desenvolveu-se diversas ramificações: a Igreja Católica Romana, na Itália; as Igrejas Ortodoxas Orientais; a Igreja Armênia; as Igrejas Ortodoxas do Leste, em Istambul; o Luteranismo, na Alemanha; o Anglicanismo, na Inglaterra; a Igreja Menonita, na Holanda; o Presbiterianismo, na Escócia; os Batistas, na Holanda e na Inglaterra; os Quacres, na Grã-Bretanha; os Amish, na Suíça; os Irmãos Morávios, na Alemanha; o Metodismo, na Inglaterra; os Shakers, na Grã-Bretanha; o Unitarismo, na Inglaterra; o Mormonismo, nos Estados Unidos; os Irmãos de Plymouth, na Inglaterra; o Cristadelfianismo, nos Estados Unidos; a Igreja Adventista do Sétimo Dia, nos Estados Unidos; o Exército da Salvação, na Inglaterra; os Testemunhas de Jeová, nos Estados Unidos; a Igreja de Cristo (Cientista), nos Estados Unidos; o Pentecostalismo, nos Estados Unidos; o Movimento Carismático; e as Novas Igrejas Africanas.
A divisão entre a Igreja Católica Romana e as Igrejas Ortodoxas ocorreu por causa de diferentes visões sobre a Santíssima Trindade. Enquanto a Igreja Ocidental enfatiza a natureza pecaminosa da humanidade, a Igreja Oriental foca em sua bondade essencial; enquanto a Igreja Ocidental baseia-se nos dogmas, a Igreja Oriental é mais centrada nos cultos; enquanto a Igreja Ocidental celebra sete sacramentos, a Igreja Oriental celebra sete mistérios.
O Luteranismo considera somente a Bíblia como único guia e acreditam que as pessoas chegam a Deus por meio da fé em Jesus Cristo, não por meio das obras. Já o Anglicanismo possuem uma linhagem de bispos e celebram dois sacramentos: o batismo e a eucaristia.
A Igreja Menonita está esperando a segunda vinda de Cristo e seus seguidores vivem uma vida de oração e santidade, com trabalho missionário e de ajuda humanitária.
O Presbiterianismo acredita que a salvação é uma dádiva de Deus dada por predestinação. Já os Batistas creem na primazia da Bíblia e que o Batismo deve ser realizado somente nos adultos.
Os Quacres não possuem sacerdotes, sacramentos ou liturgias formais, pois acreditam que podem comunicar-se diretamente com Deus. Eles são contra as guerras e se recusam a fazer juramentos legais.
Os Amish rejeitam o desenvolvimento e se vestem de maneira tradicional. Além disso, administram suas próprias escolas, rejeitando a ajuda do Estado.
Os Irmãos Morávios são orientados pelas Escrituras para a religião e a conduta, com pouca ênfase na doutrina. Já os Metodistas dão mais ênfase às Escrituras do que aos rituais.
Os Shakers foram fundados por uma mulher que “...afirmou ter recebido revelações confirmando que era a contraparte feminina de Cristo”. (p. 336). Ela e seus seguidores saíram dos Estados Unidos ao serem perseguidos, mas“... ainda são respeitados pelo estilo de vida austero e pelo mobiliário simples que criaram”. (p. 336).
O Unitarismo não acredita na Santíssima Trindade, mas em um único Deus, e buscam a verdade com base na experiência humana, não na doutrina religiosa. Não utilizam uma hierarquia eclesiástica, pois suas congregações são independentes.
O Mormonismo, ou a chamada a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, seus seguidores devem seguir o exemplo de Jesus, adotaram algumas outras revelações como a permissão para casamentos polígamos e a possibilidade de todos os homens se tornarem deuses.
Os Irmãos de Plymouth rejeitam a separação das igrejas protestantes e a ordenação de sacerdotes e enfatizam a importância da oração, do estudo bíblico e do trabalho missionário constante.
O Cristadelfianismo rejeitam a doutrina da Santíssima Trindade, a ordenação de sacerdotes, a participação de qualquer atividade política ou militar e esperam a segunda vinda de Cristo.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia também esperam a segunda vinda de Cristo e seguem as regras de dieta do Antigo Testamento, evitam diversões mundanas, como jogos de azar e danças, e guardam o sábado. Já o Exército da Salvação tem como objetivo o trabalho missionário e social.
Os Testemunhas de Jeová também “...esperam pela vinda do reino de Deus, rejeitam o nacionalismo e questionam doutrinas como a Trindade”. (p.337). Para eles, Deus estabelecerá seu reino na Terra após destruir o mundo governado por Satanás. Desse modo, Jesus não virá novamente, pois Jesus não era Deus, mas a primeira criação divina.
As Testemunhas de Jeová acreditam que Cristo é o representante oficial de Deus, e não parte de uma Trindade. Do mesmo modo, o Espírito Santo não faz parte da divindade, mas se manifesta em forças como a gravidade.
Durante o reinado de mil anos de Cristo na Terra – um longo “Dia de Julgamento”- , os mortos ressuscitarão e serão julgados por Jesus, enfrentando um teste final com a libertação de Satanás no mundo. Só os verdadeiros fiéis, um seleto grupo de 144 mil, sobreviverão quando Jesus devolver o domínio do reino a Deus. (p. 313)

A Igreja de Cristo acredita que aqueles que compreendessem a relação entre Deus e o amor desenvolveriam o dom da cura.
O Pentecostalismo enfatiza as experiências espirituais como cura, exorcismo, profecia e o dom de línguas após o batismo pelo Espírito Santo.
O Movimento Carismático é baseado nos dons do Espírito Santo e também acreditam na segunda vinda de Cristo.
Já quanto a penúltima religião analisada, o Islamismo, vale salientar que o livro destacou que para seus seguidores a revelação de Maomé é considerada a revelação definitiva de Deus, a qual foi memorizada por eles e escrita na forma do Alcorão, pois a humanidade interpretou de modo incorreto a mensagem das revelações, considerando as escrituras judaicas e cristãs atuais em desacordo com a revelação pura de Deus.
A controvérsia de quem seria o sucessor de Maomé causou a divisão do Islamismo entre: sunita e xiita, sendo que 85% dos islamitas são sunitas.
Além de sunitas e xiitas, há outras ramificações do Islamismo: os Caridjitas, no Oriente Médio; o Ismaelismo, na Península Arábica; os Drusos, no Oriente Médio; o Sufismo, na Turquia; o Ahmadi, na Índia; o Salafismo, no Egito; e a Nação do Islã, nos Estados Unidos.
Para o Islamismo há cinco princípios para seus seguidores: não há outro Deus além de Alá e que Maomé é seu mensageiro; orar cinco vezes ao dia; fazer a peregrinação a Meca; e observar o jejum durante o mês de Ramadã.
O Islamismo Xiita ainda possui mais cinco pilares: “... fazer doações para o benefício da comunidade, fazer o bem, proibir o mal (...), amar a família do profeta e afastar-se de quem não professa o mesmo.”(p. 271)
É interessante observar que “... a caridade é um ato voluntário, mas em alguns países é regulamentada pelo governo. Nesses casos, o indivíduo recebe um boleto para pagar a taxa ou pode deixar a contribuição em caixas específicas nas mesquitas ou em outros lugares”. (p. 266)
Os Caridjitas acreditam que o califa deve receber essa posição por meio de eleições. Além disso, observam fiel e literalmente o Alcorão, tendo uma vida puritana de acordo com as leis islâmicas.
Os Ismaelitas creem em um único Deus, no profeta Maomé e na sharia. A partir da sua doutrina surge as crenças da seita dos Drusos, caracterizada pelo extremo sigilo.
Os seguidores do Sufismo seguem um mestre espiritual e buscam uma experiência direta e pessoal com Deus, geralmente caracterizada por intensos estados de êxtase e transe.
O movimento Ahmadi acredita que ele recebeu uma inspiração divina, o que conflitava com a ideia de que Maomé era o última profeta.
O Salafismo é uma reação à disseminação da ideologia ocidental contra a idolatria e inovação, rejeitando a especulação teológica e priorizando a verdade literal do Alcorão.
Por fim, a Nação do Islã é uma combinação de crenças centrais do Islamismo com um forte interesse político da população afro-americana.
O último capítulo do livro estudou as Religiões Modernas. Entre elas está o Sikhismo, a Santeria, o Mormonismo, o Tenrikyo, os Testemunhas de Jeová, a Cientologia, o Wicca, a Meditação Transcendental, o Universalismo, o Hare Krishna e o Qigong.
Os seguidores do Sikhismo são contra cinco vícios: luxuria, raiva, cobiça, apego emocional e vaidade. Além disso, eles proíbem a realização de rituais, peregrinações e práticas supersticiosas e são estimulados a desenvolver virtudes tais como: honestidade, simplicidade, monogamia e restrição total de álcool e drogas. Cabe salientar que no Sikhismo não há sacerdotes, pois não há conversão das pessoas de outras crenças, pois todas as religiões que creem em um só Deus são válidas.
Para a Santeria, os elementos da religião africana tradicional com o catolicismo são misturados de forma que os
... hinos são substituídos por toques de tambores e cantos, com o objetivo de induzir a um estado de transe. Durante o transe, o praticante pode ser possuído por espíritos que transmitem mensagens dos ancestrais. Os tambores transmitem mensagens ao orixá. (p. 305)

Para o Tenrikyo, seus seguidores devem viver uma vida plena de alegria, evitando as tendências negativas: mesquinhez, cobiça, ódio, amor-próprio, rancor, raiva, ambição e arrogância.
A Cientologia, uma filosofia religiosa, lida com traumas do passado para alcançar a reabilitação espiritual. Já o Wicca crê na reencarnação e em rituais baseados na natureza.
A Meditação Transcendental objetiva transcender os limites da consciência física e acessar a força criativa de forma que “... melhore o bem-estar físico e psicológico e aumente o potencial para a criatividade, permitindo que o indivíduo vivencie um estado de “comunhão com a fonte da vida” e supere pensamentos negativos...” (p. 320).
O Universalismo reconhece
... a necessidade de uma dimensão espiritual e religiosa para a vida e acreditam que podemos aprender com todas as religiões do mundo. A ênfase está na busca humanista por verdade e sentido, não na crença em um ser supremo e na salvação após a morte (...)
... seus “Sete Princípios”: o valor e a dignidade inerentes de cada pessoa; justiça, igualdade e compaixão nas relações humanas; a aceitação mútua e o estímulo de crescimento espiritual; uma busca livre e responsável por verdade e sentido; o direito de consciência e o uso do processo democrático dentro das congregações e sociedade em geral; a meta de uma comunidade mundial; e respeito pela rede interdependente de toda existência. (p. 321)

No Hare Krishna, seus seguidores usam práticas devocionais para agradar ao deus Krishna e desenvolver um relacionamento com ele. Já no Qigong são realizados exercícios de meditação.
Não posso nem considerar um livro longo de 352 páginas, mas sim um dicionário  ou enciclopédia das religiões. Claro que, para ser um dicionário, acaba sendo superficial, mas para ser um livro, é extremamente detalhado, longo e cansativo.
Sou uma pessoa que adora ler, principalmente livros sobre religião, mas o primeiro e segundo capítulos, sobre Crenças Primitivas e Crenças Milenares e Clássicas, se tornou um trabalho árduo, pela falta de informações e pelas informações desnecessárias contidas no livro.
Fiquei surpresa ao saber que o Hinduísmo e o Budismo Indianos são mais formas de vida que uma religião. O que fez eles se tornarem alvo de adoração de diversos deuses foram as ramificações construídas no decorrer dos anos, mas suas formas originais eram formas de viver sem sofrimento. Isso fez com que cativasse meu interesse por ambos e serão alvos de futuras leituras mais aprofundadas certamente.
É surpreendente também a quantidade de ramificações que o Judaísmo e o Cristianismo desenvolveram, principalmente o Cristianismo. A impressão é que o Islamismo, como religião monoteísta, é a que possui mais credibilidade, menos divergência dentro do grupo de seus seguidores, o que levou a um numero menor de ramificações.
Dentre as Religiões Modernas, nenhuma me surpreendeu tendo em vista que ou eram ramificações das já citadas ou derivadas de alguma já existente.
Se você é um estudante de teologia, é interessante ter esse exemplar em casa, até porque é um livro bem acessível em relação ao custo. Caso queira se aprofundar em uma religião específica, aconselho procurar uma bibliografia mais direcionada, para você não perder seu precioso tempo lendo quase 400 páginas superficiais, que não vão te acrescentar muita coisa.