sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

ENCONTRE DEUS NA CABANA – RANDAL RAUSER


Na ânsia por entender mais sobre a dramática história contada pelo livro A Cabana, comecei a ler Encontre Deus na Cabana.

É um livro que confirmou meu entendimento e interpretação do A Cabana além de me trazer informações complementares e mais tangíveis no seu estudo.

Composto por seis capítulos, um posfácio e considerações finais, o autor nos incita a cada final de capítulo a irmos mais fundo com as lições dadas por meio de perguntas que devemos fazer ao nosso Eu a fim de colocarmos em prática o que o A Cabana tenta nos ensinar.

Para discutir o mistério da Santíssima Trindade levantado no A Cabana, o autor disponibiliza o entendimento de várias doutrinas quanto ao assunto.

Desta forma, ele reafirma a inexistência de cadeia de comando entre Deus, Jesus e Espírito Santo, pois isto só existiria na possibilidade de conflito entre Eles, o que não há.

O livro ainda entra na questão do entendimento doutrinário sobre o mal em que o autor defende a ideia de que “...Deus nos permite experimentar o sofrimento e o mal para estimular nosso desenvolvimento moral...”[1] e sobre as demais questões tratadas pelo A Cabana.



[1] RAUSER, Randal. Encontre Deus na Cabana. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010, p. 105.

A CABANA – WILLIAN P. YOUNG


Na categoria Best Seller, o livro ficou entre os mais vendidos do The New York Times.

Embora tenha começado a lê-lo sem nenhuma expectativa e até um pouco armada para poder julgá-lo contra a passagens Bíblicas, este livro me surpreendeu. Atingiu o meu amago e confirmou muitas verdades bíblicas que são difíceis de entender até mesmo com a leitura da própria Bíblia.

Utilizando figuras alegóricas para caracterizar a Santíssima Trindade, o A Cabana deixa claro a intensidade da personalidade de cada uma dessas figuras que se tornam Um na formação de um Deus perfeito e completo.

O livro é formado por um prefácio, 18 capítulos, um posfácio e agradecimentos com um enredo envolvente e comovente que torna a leitura agradável.

A história se passa em torno de um pai que leva seus filhos para um acampamento durante o qual ele salva um de seus filhos que quase morre afogado durante uma brincadeira no lago.

Enquanto ele o salva, deixa a mais nova desassistida e ela é sequestrada por um psicopata que a mata, mas ninguém encontra vestígios de seu corpo.

Depois de um tempo, este pai, marcado pela dor, recebe pelo correio uma carta que lhe convida para um encontro na Cabana onde estavam durante o acampamento em que vitimou sua filha e ele vai em busca de respostas do assassino de sua filha.

Lá ele encontra figuras surpreendentes que questiona em busca de amenizar sua dor e culpa.

Fugindo dos estereótipos preconcebidos, as figuras de Deus, Jesus e Espírito Santo, uma a uma, são apresentadas a ele por meio de conversas informais, onde ele questiona a sua dor e a personalidade de cada uma, tal como o relacionamento entre elas.

Questões sobre pecado, aparência, humanidade de Jesus, mal, amor, sabedoria, instituições, perdão, religião, relacionamento, graça e a lei são tratadas.

O livro deixa claro que não há uma cadeia de comando entre Deus, Jesus e Espírito Santo pois Eles estão num círculo de relacionamento sem camada de poder e é justamente este relacionamento que Eles têm Um com o Outro que Deus demonstra que quer com a humanidade, quebrando regras, padrões e estereótipos a fim de que possamos tê-lo como Pai, Amigo e Conselheiro.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

HISTORIA DA ESPIRITUALIDADE OCIDENTAL - VITOR SANTIAGO BORGES





Pelo título do livro, esperei que falasse sobre as religiões encontradas na cultura dos ancestrais ocidentais, a influência exercida pelas religiões dos colonizadores sobre as originalmente encontradas aqui e o resultado encontrado a partir desta mistura de culturas espirituais. Todavia, não foi o que encontrei.

O livro fala sobre o desenvolvimento das religiões e da ideia de Deus a partir do uso da Bíblia, além da influência exercida pelas ciências físicas e naturais sobre a espiritualidade.


Portanto, a ideia não se restringe ao estudo da espiritualidade ocidental, mas ao caminhar da crença no Deus do Cristianismo durante toda a história humana.


Trata-se de um livro longo de 527 páginas, dividido em 11 capítulos, introdução, considerações finais e índice remissivo.


O primeiro capítulo distingue a doutrina religiosa da experiência do sagrado de forma que na religiosidade o homem cria os seus deuses e na sacralidade o próprio Deus se impõe.


O segundo capítulo define a espiritualidade partindo da sacralidade de um Deus que se impõe sobre Israel mesmo sem que saiba que Ele existe.


O terceiro capítulo discute as formas de conhecer Deus, citando a ideia platônica de que a alma é um estado potencial destinado a contemplar o Divino e a impossibilidade de conhecer Deus por meio dos sentidos e da dedução.


O quarto capítulo revela a necessidade de uma alma altruísta que se esvazia de si mesmo para alcançar o desenvolvimento espiritual.


O quinto capítulo torna claro que a Sabedoria é algo espiritual gratuito que conhece e discerne internamente o mistério da Redenção que visa inserir a humanidade no corpo místico de Cristo participando de sua Divindade.


O sexto capítulo discute a importância do Pentateuco para o Judaísmo e para a Cabala, além de explanar as crenças do Gnosticismo, do Maniqueísmo, do Cristianismo e do Arianismo quanto ao conhecimento.


O sétimo capítulo entra na parte da história em que o Cristianismo se enfraquece devido à expansão do mercado e à globalização, levando ao declínio institucional e espiritual da Igreja e, por conseguinte, ao surgimento do Islamismo no Oriente Médio que enfrenta o acúmulo de capital pregando a sua distribuição igualitária a fim de que sua sociedade se torne fiel a Deus e da Alquimia no Ocidente que liga a natureza e o homem.


No oitavo capítulo, o autor fala sobre a crise de identidade enfrentada pelo Cristianismo devido à queda de Roma que misturou os valores da fé com as ambições políticas, sobre a reforma gregoriana que se atém a corrigir os desvios morais da Sé e sobre a doutrina pregada pelos pensadores da época na tentativa de resgatar e disciplinar o Cristianismo, tais como: Bernardo de Claraval, Francisco de Assis, Joaquim de Fiore, Tomás de Aquino, Eckhart de Hochheim, São João da Cruz e Teresa de Ávila.


O nono capítulo dá sequência histórica ao capítulo anterior discutindo a Reforma protestante que busca uma nova perspectiva da espiritualidade cristã por meio da doutrina de Martinho Lutero, Huldrych Zwingli e João Calvino, além da Contra-reforma católica como resposta à nova interpretação cristã por meio da doutrina do Concílio de Trento e da instituição da Companhia de Jesus.


No décimo capítulo, o autor mostra a influência iluminista sobre a espiritualidade tornando o Deus da Religião no Deus da Ciência. Assim a Ciência começa a discutir a possibilidade do conhecimento de Deus pela racionalidade.


No último capítulo mostra as doutrinas que ainda tentam harmonizar a espiritualidade com o cientificismo moderno. Deste modo discute o espiritismo de Alan Kardec e a nova psicologia que tenta captar o espiritual por meio da experiência cognitiva.


Nas suas considerações finais, o autor deixa claro que, mesmo com a tentativa da Ciência em afastar Deus da influência sobre seus objetos de estudo, em nossa época a espiritualidade cristã está em processo de ampliação por ser a que se revelou conclusiva no aprimoramento e na definição espiritual do homem.