terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

A ISCA DE SATANÁS: COMO LIVRAR-SE DE UMA ARMADILHA MORTAL – A OFENSA – JOHN BEVERE



Como comente na resenha anterior, esse foi o segundo desafio que minha amiga da academia me trouxe.
Um pouco mais demorada a leitura que o primeiro, em dois dias consegui superar esse desafio.
“A Isca de Satanás” é um tem o dobro de páginas que o “Voz de Muitas Águas”, com 195 páginas distribuídas em Prefácio, Introdução, 14 Capítulos e um Epílogo.
Portanto, é um livro de tamanho razoável, de linguagem bem didática e acessível ao público comum.
Posso afirmar que é um livro com menos conteúdo e mais exemplos de como colocar em prática esse conteúdo em sua vida que o livro “Voz de Muitas Águas”.
Ele tem como ponto inicial a discussão sobre o orgulho, uma das iscas de Satanás que nos impedem de lidar com a verdade, pois distorcem a nossa visão, pois você acha que tudo está bem. (p. 20)
Umas das sementes do orgulho é nos tornarmos introspectivos para que não corramos o risco de sofrer mágoas futuras. Isso impede de darmos amor incondicional.
Para lidar com a verdade precisamos perdoar se formos ofendidos. Mesmo que tenhamos “...experiências milagrosas, palavras de conhecimento, pregações fortes e cura em (nossas) vidas. Mas esses são dons do Espírito, e não frutos. Seremos julgados de acordo com nossos frutos, e não de acordo com nossos dons. O dom é algo que é dado. O fruto é cultivado.” (p. 73)
Isso quer dizer que mesmo que continuemos apreendendo, nunca amadureceremos devido a desobediência, ou seja, por não perdoarmos.
Somente amadureceremos se lidarmos com as ofensas de forma que nos livre das raízes dos problemas ainda que a ofensa não seja culpa nossa.
Teremos entendimento do por quê tivemos que passar por aquilo quando olharmos para trás para cada situação e conseguirmos entender e ver a Sua sabedoria.
Peça ajuda de Deus diariamente para que aja uma transformação em seu coração e que seu coração perdoe verdadeiramente a pessoa que o ofendeu de forma que você seja capaz de orar por ele diariamente como se você um membro de sua família e que você tenha amor incondicional por essa pessoa.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

VOZ DE MUITAS ÁGUAS: QUANDO A PALAVRA DE DEUS FALA MAIS ALTO – LUCIANO SUBIRÁ



Comentei com uma amiga da academia que eu não só tinha o costume de ler muitos livros, mas eu, literalmente, devorava livros. Então combinamos de eu emprestar aquele livro “O Livro da Bíblia”, que já resenhei aqui, pra ela.
No dia que fui entregar o livro, ela veio com mais três desafios pra mim: hahahaha... como estava compenetrada na leitura na leitura no livro de Marilena Chaui, “Convite à Filosofia”, demorei a começar a devorar os desafios que ela me trouxe.
O primeiro que escolhi para devorar terminei no mesmo dia. “Voz de Muitas Águas” é um livro bem curto, de linguagem simples e relaxante. Ele te faz meditar sobre aplicações na sua vida cotidiana e, por isso, posso afirmar que é um livro que causa transformações no seu modo de agir, se você estiver disposto a se modificar, ou seja, se você acha que existem áreas em sua vida em que você precisa melhorar. Dessa forma, pode-se classificá-lo como um livro de autoajuda.
Ele é constituído de 109 páginas distribuídas entre uma Introdução e dez Capítulos.
O Capítulo 1, Voz de Muitas Águas, começa comparando o ruído de muitas águas com a voz de Deus, o suficiente para encobrir todos os ruídos além das águas ou além da voz de Deus.
Para que isso ocorra, não é a quantidade de água que determina, mas a nossa proximidade com a fonte das águas. O mesmo ocorre com Deus, ou seja, não é a quantidade de conhecimento bíblico que temos, mas nossa proximidade com Deus, por meio da meditação e da permissão de que Deus transforme o nosso íntimo. Assim, não será possível ouvir outras vozes, a não ser a voz de Deus.
A partir do Capítulo 2, o autor começa a apresentar as outras vozes que não são as vozes de Deus, mas as vozes que nos afastam Dele.
O Capítulo 2, a Voz da Tentação, é uma voz carnal que vai falando cada vez mais alto até encobrir a voz de Deus, a não ser que você fuja e se aproxime cada vez mais da fonte das águas, ou seja, da voz do Senhor.
O Capítulo 3, a Voz da Maioria, é explicada pela influencia que nós sofremos pelas opiniões e posturas dos outros por termos necessidade de aceitação e integração.
O problema é que a mentalidade da maior parte das pessoas é contrária à voz de Deus e, por isso, temos que confrontá-la.
O Capítulo 4, a Voz da Dúvida, é a voz que está nas circunstâncias, no exterior, mas temos que estar firmes na Palavra de Deus e na sua voz para que a dúvida não prevaleça e a nossa fé se fortaleça.
O Capítulo 5, a Voz da Ganância, deixa claro que não tem nenhum problema em almejar termos bens materiais: “Não há nada de errado no fato de termos dinheiro. Errado é quando o dinheiro tem a nós!” (p.60)
O autor alerta que a ganância pode levar ao endividamento, além de muitos perderem a paz, a saúde, a honra, a família, a fé e, até mesmo, a própria alma.
Deve-se buscar o contentamento por meio do ouvir a voz de Deus e do remodelamento de valores, sabendo que a riqueza espiritual é primordial.
O Capítulo 6, a Voz dos Mexericos, alerta para que não só é pecado fofocar quanto dar ouvidos ao fofoqueiro.
Ao invés de dar ouvidos ao fofoqueiro, a pessoa deveria repreendê-lo e recusa-se a dar-lhe ouvidos, pois o fofoqueiro demonstra falta de caráter e de fidelidade ao Senhor e ao Corpo de Cristo! (p. 75)
O Capítulo 7, a Voz do Desânimo, alerta para o fato de que nos momento de desânimo ser comum nos isolarmos. Isso é extremamente perigoso, pois pensamos que estamos sozinhos e acabamos não ouvindo a voz de Deus.
Cabe salientar que é nessas horas que Deus age das formas mais simples e acabamos não enxergando, pois estamos cegos pelo desânimo, esperando o extraordinário.
O Capítulo 8, a Voz do Preconceito, também nos alerta que o preconceito pode nos cegar e impedir o cumprimento dos propósitos de Deus nas nossas vidas.
O Capítulo 9, a Voz do Medo, explica que o problema de estar em meio a lutas e adversidades é como você é afetado intimamente, pois o medo pode roubar nossa força e nossa capacidade de vencer. Se tirarmos os ouvidos do medo e colocarmos os ouvidos em Deus, ficaremos fortes e seremos capazes de vencer quaisquer adversidades.
O último capítulo, o Capítulo 10, a Voz do Comodismo, discute sobre a questão do indivíduo achar que se alimentar da Palavra de Deus e frequentar à igreja serem suficientes. Para ouvir a voz de Deus por completo, devemos fazer a obra Dele, pregando a Palavra dele, pois se você está cheio de Deus, é natural que você transborde uma Voz de Muitas Águas e saia do comodismo.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

CONVITE À FILOSOFIA. MARILENA CHAUI.


Marilena Chaui me surpreendeu com seu enorme livro de 424 páginas sobre filosofia, pois revelou que a temática não é um “bicho de sete cabeças”, ou seja, incompreensível, como o senso comum acredita que seja, e que a extensão do livro não significa prolixidade, mas a demonstração do tamanho que o campo da filosofia tangencia.
O livro é composto por Introdução e oito Unidades divididas em capítulos, o que torna o livro bastante longo, mas não cansativo. Ele tem uma linguagem quase coloquial, acessível, instigante e cada final de Unidade conta com um questionário sobre ela a fim de fixar o tema abordado, isto é, é um livro extremamente didático, que pode ser utilizado como ferramenta de trabalho docente.
A Introdução tem como título “Conhecer-te a ti mesmo”. Ela faz uma analogia entre o filme “Matrix” e o pensamento de Sócrates para criticar racionalmente a realidade interna, a si próprio, e a externa, o ambiente em que está situado.
A Unidade 1, a Filosofia, possui cinco capítulos: A Origem da Filosofia; O Nascimento da Filosofia; Campos de Investigação da Filosofia; Principais Períodos da História da Filosofia; e Aspectos da Filosofia contemporânea.
A Filosofia é conhecida como o desejo pelo conhecimento racional, lógico, demonstrativo e sistemático da realidade natural e humana, da origem e das causas da ordem do mundo e de suas transformações, da origem e faz causas das ações humanas e do próprio pensamento. (p. 26) Sendo que esse conhecimento sistemático engloba encontrar as leis e os princípios universais e necessários do objeto conhecido.
Ela foi originada na Grécia e é considerada uma cosmologia, pois é “... uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas.”(p. 36)
Como uma Filosofia grega, ela é dividida em quatro períodos: Período Pré-Socrático ou Cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C.; Período Socrático ou Antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., Período Sistemático, do final do século IV ao final do século III a.C., período que mais tarde gerará a metafísica; e Período Helenístico ou Greco-Romano, do final do século III a.C. até V.I. d.C.
Cabe ressaltar que os sofistas são os primeiros filósofos do Período Socrático, os quais tinham habilidade de conseguir que sua opinião fosse aceita em uma assembleia por terem o poder da persuasão.
A história da Filosofia também é dividida em seis períodos: a Filosofia Patrística, do século I d.C ao século VII d.C, onde as verdades seriam irrefutáveis e inquestionáveis por serem reveladas por Deus; a Filosofia Medieval, do século VII d.C. ao século XIV d.C, onde surge a teologia; a Filosofia da Renascença, do século XIV d.C ao século XVI d.C.; a Filosofia Moderna, do século XVII d.C a meados do século XVIII d.C, onde dominava o Racionalismo clássico; a Filosofia da Ilustração ou Iluminismo, de meados do século XVIII ao começo do século XIX, onde havia a concorrência entre dois pensamentos econômicos: o fisiocrata (o qual a agricultura é a fonte principal das riquezas) e o mercantilista (o qual o comércio é a fonte principal da riqueza das nações); a Filosofia contemporânea, de meados do século XIX d.C. aos nossos dias.
É importante notar que em cada período histórico acima havia conhecimentos e práticas singulares, não havendo uma “... transformação contínua, acumulativa e progressiva da humanidade”. (p. 51)
O livro aponta campos próprios da reflexão filosófica: a Ontologia ou Metafísica, a qual seria os conhecimentos dos princípios e fundamentos últimos de toda a realidade; a Lógica; a Epistemologia, a qual seria a análise crítica das ciências; a Teoria do Conhecimento ou estudo das diferentes modalidade de conhecimento humano; a Ética, a qual seria o estudo dos valores morais; a Filosofia Política, a qual estuda sobre a natureza do poder e da autoridade; a Filosofia da História, a qual estuda sobre a dimensão temporal da existência humana sociopolítica e cultural; a Filosofia da Arte ou Estética, a qual seria o estudo das formas de arte e do trabalho artístico; a Filosofia da Linguagem, a qual estuda a linguagem como manifestação da humanidade; e a História da Filosofia, a qual estuda diferentes períodos da Filosofia.
A Unidade 2, a Razão, também possui cinco capítulos: A Razão; A Atividade Racional; A Razão: Inata ou Adquirida?; Os Problemas do Inatismo e do Empirismo: Soluções Filosóficas; A Razão na Filosofia Contemporânea.
Como a Unidade estuda a Razão, ela afirma que a Filosofia afirma que a realidade é racional, não uma mera opinião, sendo baseada nos seguintes princípios: da identidade; da contradição, ou seja, nada pode ser negado e afirmado ao mesmo tempo; do terceiro excluído; e da razão suficiente, isto é, para tudo o que existe ou acontece há uma causa. (p. 63)
O Idealismo, assim como o Sofismo, acredita somente na existência da Razão subjetiva, ou seja, aquela realizada pelo sujeito do conhecimento, pois não há possibilidade do conhecimento objetivo da realidade. A Razão subjetiva pode ser discursiva ou intuitiva, sendo que esta pode ser tanto intuição sensível ou empírica quanto intuição intelectual. Cabe ressaltar que a intuição intelectual de essências ou significações, isto é, a descrição das experiências da consciência como atividade do conhecimento, é chamada de fenomenologia.
Para a autora, as ideias inatas são totalmente racionais e sempre são verdadeiras, existindo somente porque já nascemos com elas. Elas podem ser conhecidas por intuição, por meio da dedução e da indução. A dedução seria tirar conclusões a partir de uma verdade já conhecida e a indução partiria de casos particulares, iguais ou semelhantes em busca de uma lei geral, ou seja, tanto a dedução quanto a indução seriam inferências de uma proposição como conclusão de uma outra.
Portanto, uma ideia verdadeira é inata, universal e necessária, não sofrendo as variações das opiniões. (p.72) Apesar que os céticos acreditarem que a razão humana é incapaz de conhecer a realidade.
Cabe ressaltar que, para Leibniz, as verdades de fato são dependentes da experiência, pois evocam o princípio da razão suficiente.
A Unidade 3, a Verdade, é uma Unidade menor com três capítulos: Ignorância e Verdade; Buscando a Verdade; e As Concepções da Verdade.
A autora denota Atitude Filosófica como sendo a busca da verdade por meio da “...decisão de não aceitar as certezas estabelecidas, de ir além delas e de encontrar explicações, interpretações e significados para a realidade que nos cerca.”(p.91)
A Unidade 4, a Lógica, também possui três capítulos: O Nascimento da Lógica; Elementos de Lógica; A Lógica Simbólica.
Nessa Unidade, a autora demonstra como a dialética chega à unidade da essência, isto é, passa dos contrários ao idêntico, separando os opostos em pares, até chegar a essência da coisa. Cabendo ressaltar que enquanto para Platão a dialética é um modo de conhecer, para Aristóteles, a lógica é um instrumento para o conhecimento, caracterizada pelos seguintes elementos: instrumentalidade, formalidade, propedêutica, normatividade, doutrina da prova, generalidade e atemporalidade (universalidade, necessariedade e imutabilidade).
A Unidade 5, O Conhecimento, é uma Unidade extremamente densa com sete capítulos: A Preocupação com o Conhecimento; A Percepção; A Memória; A Imaginação; A Linguagem; O Pensamento; A Consciência Pode Conhecer Tudo?
Denota-se como ontologia, o conhecimento ou o saber sobre o ser. No entanto, tanto Descartes quanto Bacon e Locke, apesar de concordarem com a necessidade de examinar a si mesmo, também consideram que é necessário colocar o próprio entendimento como objeto de entendimento.
Descartes e Locke aceitam o conhecimento sensível, isto é conhecimento empírico como método de conhecimento.
A Unidade 6, a Metafísica, possui uma Introdução e a média de cinco capítulos: As Indagações Metafísicas; O Nascimento da Metafísica; A Metafísica de Aristóteles; As Aventuras da Metafísica; A Ontologia Contemporânea; e a Filosofia Pós-Metafísica.
A Metafísica indaga porque as coisas existem, por que são e o que são. Deus, homem e natureza são objetos da metafísica.
Impulsionado pelos seus instintos, o homem acreditava em uma racionalidade universal que não se baseava somente no conhecimento intelectual, mas também na moral.
A Ontologia Contemporânea difere volta a descrever essências da vida psíquica.
A Filosofia Pós-Metafísica dá prioridade ao sujeito do conhecimento ou à consciência de si reflexiva. (p. 209)
A Unidade 7, a Ciência, possui quatro capítulos: A Atitude Científica; A Ciência na História; As Ciências Humanas; e O Ideal Científico e a Razão Instrumental.
A Atitude Científica é objetiva, quantitativa, homogênea, generalizadora e diferenciadora. Ela estabelece relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato e suas relações com outros semelhantes ou diferentes. Ela procura renovar-se e modificar-se continuamente, evitando a transformação das teorias em doutrinas e destas em preconceitos sociais. (p.218-219)
A história das Ciências Humanas é dividida em três períodos: o Período do Humanismo, do século XV com a ideia renascentista da dignidade do homem como centro do Universo, prosseguindo nos séculos XVI e XVII com o estudo do homem como agente moral, político e técnico-artístico, destinado a dominar e controlar a natureza e a sociedade, chegando ao século XVIII, quando surge a ideia de civilização, isto é, do homem como razão que se aperfeiçoa e progride temporalmente por meio das instituições sociais e políticas e do desenvolvimento das artes, das técnicas e dos ofícios; o Período do Positivismo, do século XIX com Augusto Comte, propondo o estudo científico da sociedade, a sociologia, usando procedimento, métodos e técnicas empregados pelas ciências; o Período do Historicismo, do final do século XIX e início do século XX, onde os fatos humanos são históricos, dotados de valor e de sentido, de significação e finalidade e devem ser estudados por um método da explicação da sua compreensão e do seu sentido, encontrando a causalidade histórica que os governa. (p. 227-228)
A Unidade 8, o Mundo da Prática, é a última unidade e a mais extensa, com 14 capítulos: A Cultura; A Experiência do Sagrado e a Instituição da Religião; O Universo das Artes; A Cultura de Massa e a Indústria Cultural; A Existência Ética; A Filosofia Moral; A Liberdade; Ética e Ciência; A Vida Política; As Filosofias Políticas (1); As Filosofias Políticas (2); A Política Contra a Servidão Voluntária; As Experiências Políticas do Século XX; e A Questão Democrática.
A arte é socialmente determinada pela finalidade social das obras; pelo lugar social ocupado pelo artista; e pelas condições de recepção da obra de arte. (p. 288)
Para a autora, somente os filósofos têm como interesse o bem geral da pólis e somente eles podem governá-la com justiça. (p. 357).
Entre as filosofias políticas apresentadas, a que mais se aproxima com a nossa realidade, ao menos na teoria, é a defendida por Rousseau, onde o “... soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos (...) Assim sendo, o governante não é o soberano, mas o representante da soberania popular. Os indivíduos aceitam perder a liberdade natural pela liberdade civil; aceitam perder o direito à posse natural de bens para ganhar (...) a cidadania (....)”. (p. 374)
Ela discute também a democracia grega, a teoria política liberal, as teorias socialistas (socialismo utópico, anarquismo e comunismo ou socialismo científico).
É importante salientar que a nação foi inventada pelo capitalismo no século XIX, seguindo uma ideologia, ou seja, uma lógica de dominação social e política que uma classe dominante de uma época exerceu sobre uma determinada sociedade garantindo seus interesses.
No entanto, o nazismo e o fascismo não podem ser designados como comunismo ou socialismo científico pregado por Karl Marx e Friedrich Engels, pois eram a favor de uma aliança com o capital industrial monopolista e financeiro, eram nacionalistas, eram corporativistas, tinham uma ideologia de classe média ou pequeno-burguesa, defendiam o imperialismo belicista, pregavam a educação moral e cívica e a propaganda de massa, praticavam a censura, a delação e o racismo, e pregavam o estatismo; todos valores contrários do marxismo.
Após a queda desses regimes, até meados dos anos 1970, a sociedade capitalista foi orientada pelo keynesianismo, o qual pregava a intervenção do Estado na economia por meio de investimentos e endividamento para distribuição da renda e promoção do bem-estar social, e pelo fordismo, o qual pregava o planejamento, a funcionalidade e o longo prazo do trabalho industrial, com uma política salarial e promocional visando aumentar a capacidade de consumo dos trabalhadores.
Entretanto, nos dias atuais, o que predomina é o desemprego estrutural; o monetarismo e o capitalismo financeiro; a terceirização estrutural, isto é, a ampliação do setor de serviços; a ciência e a tecnologia como forças produtivas; a privatização estrutural; a transnacionalização da economia; e o aumento da desigualdade social dentro dos próprios países.
Por fim, a autora discute a questão democrática, onde ela afirma que não há meios para criar e garantir direitos, pois as instituições democráticas operam de modo autoritário.
Como citei na Introdução, é um livro que trata de diversos assuntos, de todos os campos de estudo: Psicologia, Sociologia, Economia, Antropologia, História, Linguística, Psicanálise, Semiologia, Teologia, entre outros, até porque as diversas ciências se originaram da Filosofia.
É um excelente livro introdutório ao campo de estudo da Filosofia e, também, uma ótima forma de ter um panorama geral sobre o estudo das ciências para poder se aprofundar em uma área que seja seu objetivo. Como o próprio título diz, é um ótimo “Convite à Filosofia”.