quarta-feira, 21 de outubro de 2020

NUNCA DESISTA DE SEUS SONHOS – AUGUSTO CURY


É um livro relativamente pequeno, com 154 páginas, dividido em 5 capítulos: 1) O Maior Vendedor de Sonhos da História; 2) Um Sonhador que Colecionava Derrotas; 3) O Sonho de Um Pacifista que Enfrentava o Mundo; 4) Um Sonhador que Desejou Mudar os Fundamentos da Ciência e Contribuiu com a Humanidade; e 5) Nunca Desista de Seus Sonhos.

O autor conta a história de vida de quatro personalidades reconhecidas mundialmente nos quatro primeiros capítulos, demonstrando o quanto eles lutaram pelos seus sonhos até conquistarem o sucesso.

No seu prefácio ele relata que vai falar sobre os sonhos diurnos, produzidos pela motivação lógica e consciente do “eu”. Aqueles que transformam os miseráveis em reis e a sua ausência transformam os reis em mendigos. Aqueles que trazem saúde para a emoção e oxigenam a inteligência e irrigam a vida de prazer e sentido.

Ele introduz dizendo que quem é escravo dos seus pensamentos não é livre para sonhar.

Para o autor, os responsáveis pelas conquistas são metade inspiração, criatividade e sonhos e outra metade disciplina, trabalho árduo e determinação.

No primeiro capítulo, ele fala sobre o maior vendedor de sonhos da história: Jesus Cristo. 

Jesus vendia o sonho da eternidade, investindo sua inteligência em pessoas complicadas “para mostrar que todo ser humano tem esperança” (p.44).

No segundo capítulo, o autor fala de um sonhador que colecionava derrotas: Abraham Lincoln.

Abraham Lincoln faliu duas empresas e perdeu sete eleições antes de ser eleito Presidente da República dos Estados Unidos da América. 

Cury enfatiza que o fracasso gera emoções dolorosas e ideias negativas, esmagando sonhos e dilacerando a coragem. 

No entanto, Abraham Lincoln era um sonhador, que tinha esperança: o fôlego da vida. Além disso tinha as características dos grandes gênios: persistência, desafiador, idealizador, influenciador e independência.

Abraham Lincoln usou sua inteligência emocional para transformar a insegurança em ousadia, a humilhação em lagrimas que construíram sua personalidade.

No terceiro capítulo, Cury conta a história de um sonho de um pacifista que enfrentou o mundo: Martin Luther King.

Martin Luther King sonhava com a igualdade racial e a justiça, para tanto ele transformou sua “...raiva em capacidade de lutar, sua indignação em ideias, seu sofrimento em sonhos. Tornou-se ator principal do teatro da sua mente.”(p.77).

Ele sonhava ver os brancos e negros juntos, amava a Deus e a humanidade. No entanto, isso era um grande desafio, por isso foi preso diversas vezes, mas recebeu, enfim, o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao seu trabalho durante toda a sua vida em prol da igualdade racial.

O quarto capítulo, o autor conta a história do seus último personagem, um sonhador que desejou mudar os fundamentos da ciência e contribuiu com a humanidade: ele próprio, Augusto Cury.

Usou da sua própria experiência com uma depressão para treinar sua saúde psíquica enquanto fazia seu curso de medicina.

Durante 20 anos desenvolveu uma teoria que foi rejeitada quatro vezes pela academia porque não tinha um orientador que lhe desse autoridade.

No entanto, ele resolveu publicar parte da teoria em forma mais didática e se tornou o mais famoso psiquiatra do Brasil, dando palestras em todo o país e exterior sobre sua teoria. 

Disso ele conclui que os sonhos “...não determinam o lugar aonde você vai chegar, mas produzem a força necessária para arrancá-lo do lugar em que você está.”(p.137).

O quinto capítulo e último capítulo, o autor finaliza falando sobre sua teoria. 

O autor ressalta a importância do crescimento das crianças enfrentando desafios para adquirirem defesas perante a sociedade.

Ele acrescenta que o excesso de informação gera ansiedade, isto é, a síndrome do pensamento acelerado, e impede a criatividade, ou seja, ideias, projetos de vida, sonhos.

A falta de sonhos é que estão gerando os transtornos psíquicos, as crises depressivas e os pensamentos suicidas, os quais na realidade querem matar a sua dor, não a sua vida.

Para Cury, é extremamente perigoso aceitar passivamente informações. Para a saúde mental é necessário se colocar no lugar do outro, ter espírito empreendedor, ser construtor de oportunidades, ter ousadia para reeditar seus conflitos, ter motivação, ter criatividade e ter a resistência intelectual para se tornar autor da sua própria história. 

Esse é o caminho para alcançar os seus sonhos. Não desista. Tenha disciplina. Seja positivo. Não importe o que os outros falem, importa o que você fala para o seu “eu”. 

Todas personalidades que o autor citou seguiram esses passos e conquistaram os seus sonhos. Talvez não tenham chegado exatamente no ponto que tinham imaginado, mas conquistaram tanto que hoje são referências de pessoas de sucesso.

O caminho não foi fácil, foi árduo, para todos. Entretanto, a chave é ter o domínio sobre sua mente. Alimente sua mente com pensamentos positivos, sempre! Engraçado que a ultima crítica eu estava dizendo a mesma coisa (hahaha).

Augusto Cury, não tenho o que falar né? Todo mundo adora os livros dele. O problema é quando você começa a ler todos os livros dele: você cai no modo repetição que fica meio chato. Eu já não aguento mais ouvir falar da Síndrome do Pensamento Acelerado (hahaha).

Recomendadíssimo o livro. Pode comprar, você não vai se arrepender!


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

ATÉ QUE NADA MAIS IMPORTE: COMO VIVER LONGE DE UM MUNDO DE PERFOMANCES RELIGIOSAS E MAIS PRÓXIMO DO QUE DEUS ESPERA DE VOCÊ – LUCIANO SUBIRÁ


É um livro relativamente pequeno, com 151 páginas, dividido em 12 capítulos: 1) Até que nada mais importe; 2) Embriagados com o quê?; 3) Um Deus exigente?; 4) A reciprocidade de Deus; 5) Amado e agradável; 6) Fascinados por Deus; 7) Descobrindo os tesouros de Cristo; 8) Manancial ou cisterna?; 9) Voltando a Fonte; 10) Vivendo de aparência; 11) Vidas preciosas demais; 12) Reacendendo a paixão.

O autor fala da importância de desejarmos a Deus mais que todas as outras coisas de forma que elas não tenham mais significado em sua vida.

Para que isso aconteça, ele mostra o caminho, que é enchermos nossas mentes com a Palavra de Deus e termos um relacionamento diário com Deus.

O autor ressalta que a benção e a maldição são consequências da nossa obediência ou da nossa desobediência. 

Para Subirá só teremos mais de Deus, se ele tiver mais de nós. É a construção de um relacionamento, ou seja, vigora o princípio da reciprocidade. Se cuidarmos dar coisas de Deus, Ele cuidará dos nossos interesses. 

Portanto, não é a Palavra de Deus que vai nos garantir uma vitória, mas a nossa fé nessa Palavra. A falta de fé impede que recebamos tudo o que Deus prometeu em sua Palavra. 

Para o autor existem dois tipos de unção: a unção externa e a unção interna. A unção externa é aquela que nos leva a fazer alguma coisa para Deus. Já a unção interna é aquilo que Deus faz por nós. 

A unção interna é resultado de oração e nos proporciona refrigério e descanso por meio do Espírito Santo. É por meio da oração que se garante o relacionamento com Deus. 

Apesar da oração ser um dever, com o tempo ela se torna um prazer produtivo, pois Ele cuida dos nossos interesses enquanto nós tomamos conta do nosso relacionamento.

O autor aborda a religiosidade como um mal que cega a verdadeira condição espiritual, não enxergando sua desobediência e bloqueando os pecadores contra o arrependimento. Dessa forma, o religioso nunca terá um verdadeiro relacionamento com Deus e nunca colocará Ele acima de todas as coisas.

O autor reafirma a importância de se desejar a Deus mais que todas as outras coisas, até mesmo a própria vida, pois “a maior tragédia da vida não é a morte. É uma vida sem propósito”. 

Para se cultivar esse relacionamento íntimo com Deus, é necessário renúncia e abnegação, morrendo para o próprio eu e aprendendo a amar a Deus e, consequentemente, a Cruz. Dessa forma, o diabo não tem como dominar quem não tem medo da morte, ou seja, o diabo não domina os que têm um relacionamento íntimo com Deus e já o colocaram acima de tudo, até mesmo da sua própria vida.

Por fim, Subirá fala do perigo da perda do primeiro amor e o classifica como um pecado que necessita de arrependimento. Ele acredita que o convívio com o pecado, a falta de profundidade do relacionamento com Deus, a falta de tratamento de decepções e distrações podem causar a perda do primeiro amor. Por isso, é importante sempre se lembrar do primeiro amor; arrepender-se de perder o primeiro amor; e recomeçar do início da caminhada da fé; para voltar a ter um relacionamento tão íntimo com Deus que nada mais importa, até mesmo nossa vida.

Eu acredito que é um livro de linguagem bem didática, fácil de ler e, o mais importante, está totalmente dentro da Palavra de Deus. Não fica prometendo riquezas e prosperidade na terra. Ensina o que a Palavra de Deus sempre quis dizer: pegue sua cruz e siga-me! 

Fiquei muito fascinada com a honestidade com que o autor fala que o relacionamento com Deus deve ser tão íntimo que ele deve ser colocado acima até mesmo das próprias vidas. Esse era o segredo dos mártires que morriam, mas não negavam a Palavra de Deus. 

É claro que temos que viver a vida cotidiana, mas saber no nosso íntimo que Deus está acima de tudo isso, vivendo uma vida em oração e alimentando nossas mentes com pensamentos positivos, ou seja, com a Palavra de Deus. 

Se você for observar autores de livros de autoajuda que já critiquei aqui, todos eles recomendam que mantenhamos nossas mentes com pensamentos positivos, alimentando com coisas boas. Isso é o que Subirá disse em seu livro: cativar nossa mente com a Palavra de Deus diariamente. Isso mantém nossa mente saudável e longe dos transtornos psíquicos que atormentam a sociedade. 

Fomos feitos para termos esse relacionamento íntimo como Deus. O distanciamento provoca uma sociedade doente. 

Enfim, acho que vocês já entenderam que eu gostei bastante do livro e aprovei. Podem comprar sem erro! Alimente suas mente com coisas boas e terão saúde mental. 

terça-feira, 13 de outubro de 2020

1889: COMO UM IMPERADOR CANSADO, UM MARECHAL VAIDOSO E UM PROFESSOR INJUSTIÇADO CONTRIBUÍRAM PARA O FIM DA MONARQUIA E A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRASIL – LAURENTINO GOMES


Sob uma perspectiva jornalística, Laurentino Gomes, divide o terceiro e último livro da sua trilogia em 24 capítulos distribuídos em quase 300 páginas: O Príncipe e O Astronauta; O Golpe; O Império Tropical; A Miragem; D. Pedro II; O Século das Luzes; Os Republicanos; A Mocidade Militar; A Chama nos Quartéis; O Marechal; O Professor; Os Abolicionistas; A Redentora; O Imperador Cansado; O Baile; A Queda; O Adeus; Os Bestializados; Ordem e Progresso; O Difícil Começo; A Roda da Fortuna; O Caboclo do Norte; Paixão e Morte; e O Desafio.

Seguindo a tendência da trilogia, como minha preferencia é a linguagem direta e objetiva, continuo achando o livro demasiadamente e desnecessariamente prolixo, fugindo do objetivo do enredo muitas vezes para descrever o contexto social ou acontecimentos, que naquela época caso fossem descobertos seriam motivos até de assassinatos, mas hoje são motivos de entretenimento.

Por isso  reafirmo que pode ser visto como um livro de história interessante para entender como as pessoas viam a vida naquela época no Brasil e como elas viviam, mas ter como enfoque a Monarquia Brasileira não foi a graciosidade do livro, como também nos demais da trilogia. 

Posso começar a descrever como foi o Golpe. O principal motivo da Proclamação da República foi o esgotamento da Monarquia, não os valores republicanos. O sentimento mais generalizado não era o da crença na República, mas o da descrença na Monarquia.

Além de fracos eleitoralmente, os republicanos eram divididos. Como não tinham força política, o Partido Republicano passou a ver o Exército como uma forma para acelerar a mudança do regime por meio de uma Golpe militar.

Por isso, o Golpe militar foi estabelecido com escassa e tardia participação das lideranças civis, pois não havia uma campanha que estimulasse a participação popular. Raros eram os civis que tinham o conhecimento da real movimentação nos quartéis. Para falar verdade, a maioria dos soldados não tinham consciência de que se pretendia derrubar a Monarquia, tanto que vários se arrependeram do que fizeram.

O contexto do Império Tropical era transferência da região econômica do nordeste para o sul e sudeste com a chegada de milhares de imigrantes europeus por causa da proibição do tráfico negreiro em 1850 pela Inglaterra. Nessa época 85% dos brasileiros eram analfabetos, 80% viviam na área rural, 70% viviam da agricultura, sendo que 60% da produção mundial do café era fornecida pelo Brasil. Portanto, era um Império baseado na escravidão, no analfabetismo, no isolamento e nas rivalidades políticas e regionais.

Quando D. Pedro I foi abdicado do Brasil, ele deixou seu filho com 5 anos de idade em terras brasileiras, em companhia de três das quatro irmãs mais velhas, para assumir o trono quando adquirisse maioridade. 

Como o pai, ele sofria de epilepsia. Casou-se por procuração 7 meses antes de completar 18 anos com Teresa Cristina, com a qual teve quatro filhos dos quais dois morreram antes de completar dois anos.

Diferentemente de seu pai, que tinha uma vida abalada por escândalos amorosos, conseguiu preservar sua imagem de marido fiel e bom comportado, apesar de ter tido 14 namoradas. 

Com relação ao seu governo, depois que seu pai abdicou, houve um período de regência entre 1831-1840, mas, mesmo com 16 anos, à revelia da Constituição, D. Pedro II, foi declarado maior e aclamado Imperador diante às Câmaras reunidas, o que foi chamado de Golpe da Maioridade.

Do pai herdou a austeridade no uso do dinheiro público e a meticulosidade na administração dos negócios públicos. Para ele a melhor opção seria uma república com presidente hereditário.

Os fatores que desgastaram o Segundo Reinado podem ser citados: a distribuição de títulos de nobreza como moedas de troca em favor de apoio político ou financeiro; a proliferação do empreguismo público que representava 70% das despesas do governo; a vitaliciedade dos senadores nomeados pelo Imperador; o clientelismo; o voto cabresto, ou seja, como o voto não era secreto, os coronéis locais vigiavam a escolha dos seus protegidos e usavam a polícia para impedir que eleitores da oposição votassem; e a execução da lei dependia dos chefes locais, que mandavam prender adversários ou soltar aliados de acordo com suas conveniências.

Além disso, D. Pedro II dissolveu a Câmara diversas vezes somente para promover a rotatividade dos partidos, portanto a formação do governo dependia mais da vontade do Imperador do que do resultado das urnas.

Era a época do Século das Luzes e D. Pedro II sempre estava atualizado com as novidades de sua época por meio de suas viagens pelo mundo. Foi a época do surgimento do telefone, da fotografia, dos navios a vapor, das locomotivas, do telégrafo e do avião. Foi também a época do surgimento da discussão de novas ideias como o capitalismo, o socialismo, o comunismo, o nacionalismo, do imperialismo e do positivismo.

Entre os movimentos republicanos mais significativos posso citar a Conjuração Mineira de 1789 e a Confederação do Equador de 1824. Ambos sonhavam que o Brasil se tornasse uma República assim como suas nações vizinhas.

O sentimento da Mocidade Militar quanto à Monarquia era de frustração, pois se sentiam mal recompensados e desprestigiados pelo governo. Eles reclamavam dos soldos, da redução dos efetivos das Forças Armadas depois da Guerra do Paraguai, da demora nas promoções, e da falta de modernização dos equipamentos e regulamentos.

Como já citei, o tráfico negreiro foi proibido em 1850, por meio da Lei Eusébio de Queiroz, o que obrigou a transferência regional da economia brasileira do nordeste para o sul e sudeste com uma nova mão de obra: a imigratória. 

No entanto, a campanha abolicionista continuou. Em 1871, foi estabelecida a Lei do Ventre Livre, a qual o proprietário dos escravos poderia manter a criança junto aos pais na senzala até os 8 anos de idade, quando poderia entregar o menor ao governo em troca de uma indenização ou continuar com ele até os seus 21 anos. E por fim, a Princesa Isabel: a Redentora, assinou a Lei Áurea, em 1888, que aboliu por completo a escravidão no país. Essa foi a primeira campanha de dimensões nacionais com participação popular, mas que despertou um sentimento de traição dos Barões do Café do Vale do Paraíba.

Em 1889, o Imperador se encontrava cansado devido sua diabetes, tanto que ao ser notificado do Golpe, ele não acreditou. Só quando Deodoro da Fonseca já tinha tomado o poder, ele se prontificou a sair de sua casa em Petrópolis para saber o que estava acontecendo, mas já era tarde demais.

A população assistiu o banimento da família imperial do território nacional sem nenhuma demonstração de entusiasmo, totalmente bestializado atônito e surpreso, tamanha era sua falta de apreço pela causa republicana.

Os militares dominaram por completo a cena política brasileira, baseando-se no positivismo, que tinha como lema que a enorme massa da população teria de ser conduzida e controlada pela elite republicana, por ainda não estra preparada para participar ativamente do processo de transformação. Uma vez entendida a ordem da sociedade seria possível reformar as suas instituições de maneira a acelerar o seu progresso.

Por isso, foi outorgada uma Constituição Republicana em 1891, depois de um governo provisório entre 1889 e 1891 sob o comando de Marechal Deodoro da Fonseca, o qual nem republicano era, mas estava se sentindo injustiçado pela Monarquia. 

A nova Constituição era baseada nos princípios positivistas: separação da Igreja e do Estado; estabelecimento do casamento civil; reorganização geral do Exército; imunidade parlamentar; princípio da independência entre os poderes Executivo e Legislativo; autonomia de 20 estados e do Distrito Federal; e harmonia e independência entre si dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

As eleições eram consideradas universais e secretas, mas somente homens com mais de 21 anos, exceto os mendigos, analfabetos, soldados e religiosos de ordens monásticas, podiam votar.

Após o governo provisório, Deodoro da Fonseca foi eleito indiretamente como o primeiro Presidente da República em 1891, no entanto, estabeleceu um difícil começo, sofrendo ataques por todos os lados. Portanto, ele dissolveu o Congresso; e instaurou o estado de sítio, que suspendia todos os direitos individuais e políticos.

No entanto, ele renunciou 9 meses depois. Seu vice, Floriano Peixoto assumiu, mas não quis convocar novas eleições, como a Constituição deliberava, pois advogava que essa norma somente caberia para eleições diretas, o que não foi o caso de Deodoro.

Floriano Peixoto afastou do governo todos os simpatizantes à Monarquia e ao Deodoro da Fonseca. Ele tinha desprezo pela opinião pública.

Os caos estabelecido pelos primeiros anos da República fez crescer entre a elite civil a certeza de que era preciso afastar os militares do poder.

Como nos demais livros da trilogia, após você ter lido esse resumo, deve ter notado a falta de alguns capítulos, são justamente os que eu julgo que são desnecessários para uma leitura política do livro, a qual era minha pretensão. 

Caso queira se divertir com os demais capítulos, com histórias até surpreendentes, não deixe de ler o livro de cabo a rabo. Um fato até simbolicamente importante foi que em 1920, o Presidente Epitácio Pessoa revogou o decreto republicano que banira a família imperial do território nacional. E em 1821, os restos mortais do Imperador e da Imperatriz foram trasladados para a catedral de Petrópolis.

Como vocês podem observar, esse fato não corrobora com o enredo político da Monarquia Brasileira, a não ser como símbolo de que o povo brasileiro se arrependeu de ter banido a família Imperial e de que o Golpe militar não foi almejado.

Contudo, meu objetivo central era fazer uma análise substancial do conteúdo do livro, por isso foquei nos fatos políticos mais importantes que formam o enredo da história da Monarquia do Brasil. 


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

1822: COMO UM HOMEM SÁBIO, UMA PRINCESA TRISTE E UM ESCOCÊS LOUCO POR DINHEIRO AJUDARAM D. PEDRO A CRIAR O BRASIL – UM PAÍS QUE TINHA TUDO PARA DAR ERRADO – LAURENTINO GOMES


Sob uma perspectiva jornalística, Laurentino Gomes, divide o segundo livro da sua trilogia em 22 capítulos: O Grito; O vendaval; O país improvável; Os brasis de D. João; As cortes; De Minas ao Ipiranga; D. Pedro I; A princesa triste; A guerra; Louco por dinheiro; A Batalha do Jenipapo; A Bahia; O trono e a constituinte; A fuga; A confederação; A maçonaria; Os órfãos; A marquesa; O Rei português; Adeus ao Brasil; A guerra dos irmãos; e O fim.

Como no primeiro livro da trilogia, 1808, a minha linha preferencia pela linguagem direta e objetiva é determinante para que eu ache o livro demasiadamente prolixo sem necessidade, fugindo do objetivo do enredo muitas vezes para descrever o contexto social ou “causos” que aconteceram naquela época, que se descobertos seriam motivo até assassinatos, hoje são motivos de entretenimento.

Por isso  reafirmo que pode ser visto como um livro de história interessante para entender como as pessoas viam a vida naquela época no Brasil e como elas viviam, mas ter como enfoque a Monarquia Brasileira não foi a graciosidade do livro, como também não foi o do primeiro livro da trilogia, 1808.

O livro começa contando a história do Grito. 

Sabe-se que todo o cenário da independência brasileira foi construído pelos portugueses, pois decretos destituíram D. Pedro I do papel de príncipe regente e o reduziram à mero delegado das autoridades de Lisboa; estipularam que os ministros seriam nomeados em Portugal, tirando a autoridade de D. Pedro I; extinguiram ou transferiram para Portugal tribunais e repartições em funcionamento durante a permanência da Corte; determinaram que cada província elegeria sua própria junta de governo que se reportaria diretamente a Lisboa; nomearam interventores militares encarregados de manter a ordem em cada província e de obedecer somente à Portugal.

O desejo das cortes portuguesas que toda família real portuguesa voltasse do Brasil era produto de uma guerra civil entre portugueses, desencadeada na Revolução Liberal do Porto de 1820 por ressentimentos acumulados pelas decisões adotadas por D. João VI.

Encurralado e sem poderes, D. Pedro I ainda recebeu uma carta, no final de 1821, ordenando a sua volta à Portugal. Isso levou a uma onda de protestos no Brasil, pois ele era adorado pelos brasileiros, os quais queriam assegurar a autonomia e os benefícios já conquistados quando D. João VI comandava o país e o elevou a Reino Unido com Portugal.

D. Pedro I, tinha 23 anos, estava viajando, montado em uma mula, e acompanhado de cinco pessoas do Rio de Janeiro para São Paulo. Era uma viagem complicada, pois além das estradas não ajudarem muito, ele estava sofrendo com dores de barriga e diarreia durante todo o trajeto. No alto das margens do rio Ipiranga, D. Pedro I recebe uma cara que lhe faz declarar a independência, mas, como já se observou não era algo inesperado, pois o Brasil não tinha exércitos, navios, oficiais, armas ou munição para sustentar a guerra pela sua independência.

Nem todas as províncias aceitaram a independência, as divergências regionais e as tensões sociais foram sufocadas à custa de guerras, prisões, exílios e perseguições.

No capítulo sobre a Princesa Triste, o autor fala sobre a esposa de D. Pedro I, a Princesa Leopoldina. Na verdade, nos primeiros anos de sua vida no Brasil, ela não era uma princesa triste, mas foi se tornando ao ver o distanciamento do marido e a sua infidelidade às claras, sem poder se manifestar. 

Apesar disso, a Princesa Leopoldina teve sete filhos, dentre os quais três morreram ainda crianças. Ela também era uma mulher ativa politicamente. Sabe-se que foi ela quem assinou a declaração da independência escrita por José Bonifácio e depois enviada a D. Pedro I, que estava em São Paulo. Dessa forma, do ponto de vista formal, quem declarou a independência foi a Princesa Leopoldina e José Bonifácio.

Ela tinha um discurso mais liberal a favor da causa brasileira  e era querida por todos, mas morreu muito jovem, aos 30 anos, deprimida e doente.

No capítulo sobre a guerra é importante salientar na dificuldade de obter um exército no Brasil, pois a aversão ao serviço militar era grande. O autor relata que jovens amputavam dedos dos pés e das mãos na tentativa de fugir do recrutamento, pois ser militar na época era considerado pior que ser escravo. 

Como já disse, o Brasil não tinha exércitos, navios, oficiais, armas ou munição, então, a saída era a compra de navios e a contratação de um exército mercenário, inclusive de um escocês famoso em ganhar guerras e Louco por dinheiro.

No capítulo sobre o trono e a constituinte, relata que a aristocracia rural aceitaria qualquer coisa da constituinte, menos mudanças nas estruturas sociais que sustentavam a economia brasileira e garantiam seus privilégios.

Tendo isso em mente, sabe-se que a primeira Constituição foi outorgada pelo Imperador em 1824, sendo uma das mais avançadas da época na proteção dos direitos civis, exceto se comparada a dos Estados Unidos. No entanto, o povo nunca se reconheceu nela.

Como não existiam partidos políticos naquela época, as ideias eram discutidas em igrejas, clubes e sociedades secretas, tais como a maçonaria. O capítulo da maçonaria revela que ele foi responsável por uma imensa contribuição para o movimento da independência e que ela já estava decidida há alguns meses antes.

Com a morte de D. João VI em 1826, D. Pedro I torna-se o legítimo herdeiro do trono português: o Rei português. D. Pedro I nomeou o irmão regente de Portugal, mas impôs que deveria jurar a nova Constituição e se casar com a sobrinha e legítima herdeira do trono, Maria da Glória, que se tornaria a Rainha de fato quando atingisse a maioridade.

No entanto, em 1831, D. Pedro I foi obrigado a abdicar do trono brasileiro por diversos motivos: escândalos da sua vida privada; notória oscilação entre os interesses brasileiros e portugueses; envolvimento com a Marquesa de Santos, sua amante, e a morte da popular Imperatriz Leopoldina; condições do tratado com os portugueses de reconhecimento da independência desvantajosos para os brasileiros; longa e desgastante guerra pelo controle da província da Cisplatina, hoje considerado o Uruguai; e a permanente instabilidade política do Primeiro Reinado, resultante de seu caráter impulsivo e autoritário.

Com a saída de D. Pedro I do Brasil, ele deveria tirar seu irmão, que estava como príncipe regente do poder e não estava seguindo as imposições do tratado que ambos fizeram, pois D. Miguel I era contrário aos liberais. Assim, a guerra dos irmãos se resumiu à invasão de D. Pedro à cidade do Porto, sem reação dos absolutistas, e à invasão a cidade de Lisboa, com a ajuda da Inglaterra, permitindo que seu irmão partisse para o exílio sem represálias.

Por fim, D. Pedro morre três anos depois, aos 35 anos, de tuberculose. Sabe-se que ele era epilético e que se esforçou para modernizar as leis e a sociedade que governou. Ele se dedicou à política de forma apaixonada, carismática e visionária. Talvez seu grande pecado seja ter amado muitas mulheres, o que levou a Imperatriz Leopoldina ao túmulo e seu governo ao descrédito.

Como no primeiro livro da trilogia, 1808, após você ter lido esse resumo, deve ter notado a falta de alguns capítulos, são justamente os que eu julgo que são desnecessários para uma leitura política do livro, a qual era  minha pretensão. 

Caso queira se divertir com os demais capítulos, com histórias até, vamos dizer, engraçadas e surpreendentes, não deixe de ler o livro de cabo a rabo. Um exemplo foi o capítulo sobre A Marquesa. Na verdade, ela era uma viúva que D. Pedro I se apaixonou loucamente, dando todos os tipos de presentes a ela, inclusive o título de Marquesa. O caso amoroso demonstrado a público. Até colocar a Marquesa como dama de companhia da Imperatriz Leopoldina, D. Pedro I fez. Essa fissura foi acabando assim que D. Pedro I encontrou um novo amor.

Como vocês podem observar, esse fato não corrobora com o enredo político da Monarquia Brasileira, a não ser para influenciar negativamente a visão que os brasileiros tinham de D. Pedro I, ao não respeitar os valores familiares da época. 

Contudo, meu objetivo central não era avaliar o contexto social valorativo da época, mas fazer uma análise substancial do conteúdo do livro, por isso foquei nos fatos políticos mais importantes que formam o enredo da história da Monarquia do Brasil. 


domingo, 11 de outubro de 2020

1808: COMO UMA RAINHA LOUCA, UM PRÍNCIPE MEDROSO E UMA CORTE CORRUPTA ENGANARAM NAPOLEÃO BONAPARTE E MUDARAM A HISTÓRIA DE PORTUGAL E DO BRASIL – LAURENTINO GOMES





Sob uma perspectiva jornalística, Laurentino Gomes, divide este best-seller em 29 capítulos: A fuga; Os reis enlouquecidos; O plano; O império decadente; A partida; O arquivista real; A viagem; Salvador; A colônia; O repórter Perereca; Uma carta; O Rio de Janeiro; D. João; Carlota Joaquina; O ataque ao cofre; A senhora dos mares; A transformação; O chefe da polícia; A escravidão; Os viajantes; O Vietnã de Napoleão; A república pernambucana; Versailles tropical; Portugal abandonado; O retorno; O novo Brasil; A conversão de Marrocos; O segredo.

Não sei se é porque prefiro uma linguagem mais direta e objetiva, mas sinto muito em dizer que eu eliminaria metade desse livro de mais de 400 páginas. Achei ele muito prolixo, citando nomes que não somavam nada ao enredo da história e contando a história de coadjuvantes que nada interferiram na história política do nosso país.

Pode ser visto como um livro de história interessante para entender como as pessoas viam a vida naquela época no Brasil e como elas viviam, mas ter como enfoque a Monarquia Brasileira não foi a graciosidade do livro.

O livro começa contando como foi a fuga de D. João VI para o Brasil. Ele se encontrava encurralado por Napoleão Bonaparte, que já havia tomado o poder de quase todas as terras europeias naquela época e tinha declarado o bloqueio continental na Europa. Dessa forma, D. João tinha duas escolhas a tomar: permanecer em Portugal e enfrentar as tropas napoleônicas com a ajuda da Inglaterra; ou fugir para o Brasil com o apoio da Marinha inglesa, pois sua Marinha era insignificante.

O plano de D. João VI era fugir para o Brasil junto com a Corte corrupta, no entanto, ele não revelou isso à Napoleão. Antes de fugir, D. João VI disse a Napoleão que se entregaria a fim de protelar e dar mais tempo para que ele e a Corte portuguesa se preparasse para a fuga. Por pouco, as tropas napoleônicas não pegaram D. João VI e a Corte portuguesa em fuga.

Hoje se sabe que a transferência para o Brasil já havia sido sugerida algumas vezes por diversos reis, ministros e conselheiros ao longo de quase três séculos, portanto não foi uma decisão que causasse surpresa, mas foi o único soberano europeu a colocar os pés em terras americanas.

Como consequência da fuga, Portugal foi invadido por franceses e espanhóis. Ele se encontrava na extrema pobreza, pois por ter uma 

“...população relativamente pequena, de 3 milhões de habitantes, (...) não tinha gente nem recursos para proteger, manter e desenvolver seu imenso império. Dependia de escravos em quantidades cada vez maiores para as explorações de suas minas de ouro e diamante e suas lavouras de cana-de-açúcar, algodão, café e tabaco.” 

Além disso, o contexto de decadência do império português envolvia o aspecto econômico, devido a escassez de capital, por sua dependência extrativista e mercantil; e o aspecto do desenvolvimento científico e da medicina que era atrasado, por sua cultura religiosa e aversão à modernização dos costumes e das ideias.

A viagem de D. João VI demorou quase 3 meses e meio e fez uma escala de 5 semanas em Salvador, no entanto, o restante do comboio foi direto para o Rio de Janeiro, onde D. João VI somente chegaria em 7 de março de 1808.

Em Salvador, D. João VI tinha planos políticos, pois sabia que lá seria bem recebido. Logo que chegou assinou carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, pois, além de ser uma dívida com a Inglaterra por ter lhe feito escolta até o Brasil, não tinha como fazer comércio com a maioria dos países europeus que estavam sob o bloqueio continental de Napoleão.

Além disso, D. João VI ainda realizou diversas benfeitorias no período que esteve em Salvador.

Ao descrever o Rio de Janeiro daquela época, Laurentino Gomes enfatiza a falta de um sistema de coleta de esgotos até 1860, a sujeira nas ruas e nos costumes das pessoas: “As mulheres brasileiras têm o péssimo hábito de escarrar em público” ou “Comem todos com os dedos.”

Com a transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, entre 1808 e 1822, a área da cidade triplicou com a criação de novos bairros e freguesias, a população cresceu 30% e o número de escravos triplicou.

Ao falar sobre D. João VI, o autor resumiu sua personalidade em quatro características marcantes: medrosa, tímida, insegura e depressiva. Nada condizente com alguém preparado para governar, mas ele não teve escolha. D. João VI reinava em nome de sua mãe, D. Maria I, a Rainha louca, pois tinha sido declarada insana e incapaz de governar. Ele até teve um irmão mais velho que poderia ter assumido o trono, mas morreu de varíola em 1788. 

Em 1816, D. João VI torna-se Rei de Portugal e do Brasil depois da morte de sua mãe, pois, em 1815, D. João VI tinha elevado o Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves e tinha promovido o Rio de Janeiro a sede oficial da Coroa.

Já ao analisar a esposa de D. João VI, Carlota Joaquina, Laurentina demonstra uma figura totalmente oposta ao do marido. Ela era ultraconservadora, teimosa, dura, turrona e irredutível. Eles não viviam como marido e mulher, pois não se davam bem. Ela até tentou destronar o marido em 1805, quando ele estava tendo uma crise de depressão, mas ele conseguiu voltar ao trono e conter a ambiciosa esposa. Ela também lutou para assumir a regência das colônias espanholas, contra a vontade de D. João VI. 

D. João VI morreu em 1826 por suspeita de envenenamento por ordens da própria Carlota Joaquina, o que não adiantou muito, pois quatro anos depois ela também foi a óbito.

Em 1817, desencadeou o primeiro movimento genuinamente republicano no Brasil. Conhecido como a Revolução Pernambucana, ele tinha entre suas causas: a queda do preço do açúcar por causa do aumento da produção mundial; a crescente pressão dos abolicionistas; a devastadora seca que atingiu o sertão nordestino em 1816; e a forte influência da Revolução Francesa. Houve uma violenta reação portuguesa e a capitania de Pernambuco foi desmembrada da Comarca de Alagoas, cujos proprietários rurais haviam se mantido fiéis a Coroa.

Nos treze anos em que D. João VI permaneceu no Rio de Janeiro, Portugal se sentiu abandonado, em um contexto de fome e de grandes sofrimentos.

Depois da fuga, nos sete anos seguintes, mais de meio milhão de portugueses fugiram do país ou morriam de fome ou nos campos de batalha da chamada Guerra Peninsular. 

Na verdade, desde 1810, D. João VI poderia ter voltado para Portugal, pois as tropas francesas tinham sido expulsas de seu país, mas somente em 1820, com a tomada do poder de revolucionários liberais portugueses da cidade do Porto, que exigiram a volta de D. João VI a Lisboa, que o Imperador decide voltar.

Além de ser amado e querido pelo povo carioca, se dependesse de D. João VI, ele ficaria no Brasil. 

O Imperador raspou os cofres do Banco do Brasil e levou embora o que ainda restava do Tesouro Real que havia trazido para Colônia em 1808.

Ainda a bordo no navio, teve que jurar a nova Constituição de Portugal, elaborada sem seu consentimento. 

Ele deixou um novo Brasil, pois foi responsável pela integridade territorial brasileira, pela instalação da Escola Superior de Medicina, pelo Laboratório de Estudos e Análises Químicas, pela Academia Real Militar, pelo Supremo Conselho Militar e de Justiça, pela Intendência Geral de Polícia da Corte, pelo Erário Régio, pelo Conselho de Fazenda, pelo Corpo da Guarda Real, pela Biblioteca Nacional, pelo Museu Nacional, pelo Jardim Botânico, pelo Real Teatro de São João, e pela liberdade de comércio e indústria manufatureira.

 Por fim deu início à classe dirigente que se responsabilizaria pela construção do novo país e deixou seu herdeiro D. Pedro I, que seria responsável pela proclamação da Independência do Brasil em 1822, um ano após D. João VI ter retornado com a família real para Portugal.

Após você ter lido esse resumo, deve ter notado a falta de alguns capítulos, são justamente os que eu julgo que são desnecessários para uma leitura política do livro, a qual era  minha pretensão. 

Caso queira se divertir com os demais capítulos, com histórias até, vamos dizer, engraçadas e surpreendentes, não deixe de ler o livro de cabo a rabo. Devo exemplificar com o último capítulo: O segredo, que conta a história de uma filha que o arquivista teve antes de casar com sua esposa. Mesmo sendo com sua esposa, a cultura da época não aceitava filhos fora do casamento. Portanto, essa filha teve que ser doada a um convento. Como eram poucas as pessoas na época, o autor tinha como descobrir pelo nome quem exatamente era filho de quem. Por isso, ele soube que essa menina era filha do casal.

Como deu para perceber, esse fato não muda muito a história política do país, não é mesmo? Só demonstra a cultura ultraconservadora da época. Meu objetivo não era esse. Era fazer uma análise substancial do conteúdo do livro, por isso foquei nos fatos políticos mais importantes que formam o enredo da história da Monarquia do Brasil.