O Livro das Religiões é
dividido em Introdução e em oito capítulos: Crenças Primitivas, Crenças
Milenares e Clássicas, Hinduísmo, Budismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, e
Religiões Modernas.
Na Introdução, revela-se que
a religião considerada mais antiga é o Hinduísmo, sendo o Judaísmo a primeira
religião abraâmica, seguida pelo Cristianismo e pelo Islamismo.
Observa-se que a religião
tem a função de fornecer uma orientação moral à sociedade e seus seguidores são
motivados pelo objetivo de se libertar do ciclo de morte e renascimento ou de se
atingir a imortalidade.
Entre as Crenças Primitivas
estão os Ainos, os Samis, os Baigas, os Maoris, os Aborígenes, os Índios, os
Chewongs, os Waraos, os Astecas, os Maias e outros povos mesoamericanos, os
Pawnees, os Dogons, os Tikopianos e os Hupas.
Os Ainos, situados no Japão,
acreditavam que todo ser e todo objeto que existisse tinha uma alma e podia agir,
falar e caminhar por conta própria, sendo que as suas almas sempre reencarnam
no mesmo gênero e espécie.
Os Samis, na antiga Lapônia,
tinham a capacidade de entrarem em estado alterado de consciência para visitar
outros mundos e interagir com os espíritos que vivem lá.
Os Baigas, na Índia,
acreditavam que foram criados para serem os guardiões da floresta. Já os Maori,
na Nova Zelândia, afirmavam que a morte só passou a existir após um incesto.
Os Aborígenes Australianos acreditavam
que a criação é algo contínuo e permanente, existindo, num presente eterno, não
num passado remoto.
Os Índios, dos Andes, cultuavam
os mortos a fim de que a terra alimentasse-os. Os Chewongs, da Malásia, criam que
a comida devia ser sempre compartilhada.
Os Waraos, da Venezuela, afirmavam
que o mundo era plano e que havia diversos deuses. Já os Astecas, os Maias e outros
povos mesoamericanos, no México, acreditavam que o sacrifício de sangue aos
deuses era essencial para assegurar a sobrevivência do mundo.
Os Pawnees, das Grandes Planícies
dos Estados Unidos, construíam suas cabanas de forma que fosse uma versão
miniatura do universo.
Os Dogons, de Mali,
acreditavam que a humanidade era a semente do universo e que a forma humana
refletia tanto o primeiro momento da criação como o universo inteiro. Dessa
forma, todo vilarejo dogon tinha o formato do corpo humano.
Os Tikopianos, das ilhas
Salomão, realizavam atividades que agradavam os deuses e possuíam valor econômico
para sua comunidade.
Por fim, os Hupas, da Califórnia,
acreditavam que eram capazes de renovar o mundo revitalizando a terra de modo a
assegurar recursos suficientes para o ano seguinte por meio da reencenação da
narrativa sagrada dos kixunais.
Dentre as Crenças Milenares
e Clássicas está o Zoroatrismo, o Taoísmo, o Jainismo, o Confucionismo e o
Xintoísmo.
O Zoroastrismo, do Irã, prega
que o bem prevalece sobre o mal, que todos nós nascemos bons, que é nossa
responsabilidade escolher o bem em detrimento do mal, que as virtudes humanas são
a sinceridade, a lealdade, a tolerância, a capacidade de perdoar, o respeito
aos idosos e o cumprimento de promessas. Além disso, acredita que as pessoas
serão julgadas quando morrerem e no dia do Juízo Final, será avaliada sua
moralidade de pensamento e de suas ações. Cabe ressaltar que as falhas morais
podem ser corrigidas no além, quando o indivíduo poderá sair do inferno e ir
morar no paraíso. Por fim, quando chegar próximo do fim dos tempos, as pessoas
se tornarão puras e deixarão de consumir carne, leite, vegetais e água, até não
precisarem de mais nada. As pessoas escolherão somente o bem, acabando com o
pecado, chegando o fim e o mundo terá um novo início perene e imaculado.
Na China está o Taoísmo, o qual
prega que os indivíduos devem se desapegar de preocupações materiais e de emoções
perturbadoras, podendo alcançar a imortalidade somente por meio do desapego.
Na Índia há o Jainismo que
prega a abnegação para se alcançar a libertação e não reconhece nenhuma
divindade, colocando toda responsabilidade nas ações e na conduta do indivíduo.
A abnegação é realizada por meio de Cinco Grandes Votos: não violência, falar a
verdade, celibato, não pegar o que não é claramente oferecido e desapego de
pessoas, lugares e coisas. Ao seguir esses Cinco Grandes Votos, o indivíduo
segue uma vida errante, dedicada a pregação, jejum, devoção e estudo. Os jainas
que não fazem os Grandes Votos, seguem as três joias: fé correta, conhecimento
justo e boa conduta.
Na China também está o Confucionismo
que é mais um sistema humanístico de filosofia moral do que uma religião o qual
prega que para governar os outros é preciso governar a si mesmo.
No Japão está o Xintoísmo
que é uma religião indígena que ensina que as energias sagradas estão no mesmo
mundo material das pessoas e que elas respondem
orações e podem influenciar nos acontecimentos. Essas energias sagradas não são
onipotentes e podem ser demoníacas. Por isso, o Xintoísmo cultiva os rituais de
purificação, sendo que consideram a morte o estado de impureza máxima, o que
explica a não realização de funerais pelos xintoístas.
O próximo capítulo estuda o
Hinduísmo que é a religião mais antiga dentre as existentes hoje em dia. Ela não reconhece profetas, não cultua deuses,
não segue dogmas, não acredita em conceitos filosóficos e não professa ritos
religiosos de ninguém. Não se limita às características de nenhuma religião ou
credo, podendo ser visto como uma forma de vida.
Portanto, o Hinduísmo são
diferentes religiões e filosofias espirituais da Índia que vê o tempo cíclico,
onde há muitas deusas para representar a criatividade, a fertilidade ou o poder,
e que acredita na reencarnação. Seus grandes princípios morais são: não matar,
falar a verdade, celibato, não roubar e não ser avarento. Acredita que por meio
da Yoga, ou seja, um conjunto de práticas físicas e mentais, pode-se alcançar
uma visão espiritual e libertação das limitações do corpo físico, ao promover a
tranquilidade mental e a concentração.
Apesar do Hinduísmo original
não cultuar deuses, suas ramificações tendem a desmistificar essa crença.
Dentre suas ramificações então: o Vaishnavismo, o Shaivismo, o Shaktismo, o Darshanas,
o Smartismo, o Lingayatismo, o Swaminarayan Sampraday, o Brahmoísmo, o Arya
Samaj e a Sociedade Sathya Sai Baba.
Cabe ressaltar que o
Vaishnavismo é a maior seita do Hinduísmo e a mais antiga. O Shaivismo é tão
antigo quanto o Vaishnavismo e acredita que Shiva é um deus supremo. Para o
Shaktismo, Shakti é o poder divino que cria e sustenta a criação. Os Darshanas
objetivam estudar a realidade suprema por
meio da cosmologia, da natureza humana, das leis científicas, da lógica,
do ritual, da metafísica e do destino a fim de se libertar da reencarnação. O Lingayatismo
só cultua Shiva. O Brahmoísmo preza pela reforma social assim como o Arya Samaj,
além disso esta opõe-se ao sistema de casta. Por fim, a Sociedade Sathya Sai Baba
é guiada pela verdade, pelo dever, pela paz, e pelo amor divino. A Sociedade
também acredita que todas as castas são iguais.
O capítulo seguinte analisa o
Budismo da Índia, o qual é considerado mais uma filosofia que uma religião,
porque não envolve a ideia de Deus. Seu criador estabeleceu Quatro Nobres
Verdades para explicar a natureza do sofrimento e as formas de superá-las: a
verdade do sofrimento, a verdade da origem do sofrimento, a verdade do fim do
sofrimento e a verdade do caminho para o fim do sofrimento. Além dessas
Verdades, ele dizia que todas as coisas na vida acontecem como resultado de
determinadas causas e condições, as quais são as três marcas universais da
existência: tudo é impermanente e está sujeito à mudança, nada na vida nos dá
satisfação completa e nada possui uma essência fixa.
Ensina também que o fim do
sofrimento é conhecido como o estado de paz chamado nirvana que somente pode
ser alcançado pela ausência do desejo. Sua ideia é apresentar uma forma de vida
que diminua o sofrimento sem regras ou doutrinas que devam ser aceitas, pois
para o Budismo nenhum deus salvará a humanidade, portanto, a sabedoria é que
deve ser cultivada, por meio dos mestres ou das escrituras, da reflexão
pessoal, e como resultado da prática espiritual.
Ainda prega cinco preceitos
para viver: não matar (o que determina o vegetarianismo aos budistas), não
roubar, contra a má conduta sexual (não adulterar, não estuprar, não abusar
sexualmente), não mentir e não consumir substâncias inebriantes.
Da mesma forma que o Hinduísmo
original não cultuava deuses, o Budismo também não, mas suas ramificações também
tendem a desmistificar essa crença. Dentre suas ramificações então: o Budismo
Theravada, o Budismo Mahayana, o Budismo Terra Pura, o Budismo Tibetano, o
Budismo Tântrico, o Zen-Budismo, o Budismo de Nitirem, o Soka Gakkai e a Comunidade
Budista Triratna.
O Busdismo Theravada e o
Budismo Mahayana são as duas principais formas de Budismo. O Budismo Theravada é
a mais antiga ramificação do Budismo e é considerada a forma mais próxima dos
ensinamentos de Buda, sendo que sua atividade mais importante é a meditação a
fim de atingir o nirvana, ou seja, a iluminação perfeita. No entanto, o propósito
do Budismo Mahayana é ajudar outras pessoas em seu caminho espiritual, pois
acreditam que as pessoas podem virar budas, “... reverenciando aqueles que se aproximaram
do nirvana (...) e quem possui, além da compaixão, seis perfeições:
generosidade, moralidade, paciência, energia, meditação e sabedoria”. (p. 330)
O Budismo Terra Pura se
desenvolveu na China e acredita que pode evitar o ciclo de morte e
renascimento, indo morar na Terra Pura e alcançar a iluminação, sendo a devoção
a Amida o único caminho verdadeiro.
O Budismo Tibetano se
desenvolveu no Tibete com monges e práticas religiosas, incluindo devoção a
gurus e o uso de mandalas ou diagramas simbólicos como ferramentas de meditação.
O Budismo Tântrico também inclui rituais, meditação, mandalas e até magia.
O Zen-Budismo se enraizou no
Japão e enfatiza “...a devoção à meditação, a conquista da iluminação, o valor
da experiência em detrimento das escrituras e a crença de que os seres humanos
são idênticos ao cosmos e possuem atributos em comum com tudo o que existe no
mundo.” (p. 331). O Budismo de Nitirem também se fundou no Japão, acreditando que
somente o Lotus Sutra poderia conduzir à
budeidade . Como no Budismo de Nitirem, o Soka Gakkai também enfatizava o Lotus
Sutra e o canto ritualístico.
Por fim, a Comunidade Budista
Triratna foi fundada no Reino Unido sob o refúgio em Buda, no dahmma, e no
sangha.
Ao estudar o Judaísmo
tradicional se verificou que seu objetivo era estabelecer uma sociedade justa,
de acordo com os padrões da época, que se destacasse no serviço divino. No
entanto, seus preceitos foram sujeitos a séculos de interpretação, e muitos já não
se aplicam na prática.
O Judaísmo tradicional
sustenta que o status na aliança é transmitido de mãe para filho. Portanto, o
filho de uma mãe judia é automaticamente judeu e obrigado a cumprir os
preceitos. Esse status herdado não se perde. Um judeu que não observa os
preceitos está violando a aliança, mas não deixa de ser judeu. Por outro lado,
um não judeu pode se tornar judeu por meio da conversão. De acordo com a lei
rabínica, um convertido ao judaísmo deve aceitar os preceitos judaicos e
realizar um banho de imersão, conhecido como mikve (no caso dos homens, é necessário também fazer circuncisão).
A partir da conversão, o indivíduo assume todos os direitos e deveres de um judeu.
(p.175)
Com o passar do tempo foram
surgindo diversas ramificações do Judaísmo: o Judaísmo Ortodoxo, o Judaísmo
Sefardita, o Judaísmo Hassídico, o Judaísmo Neo-Ortodoxo, o Judaísmo
Reformista, o Judaísmo Conservador, a Ciência Judaica, o Judaísmo
Reconstrucionista e o Judaísmo Humanista.
O Judaísmo Ordodoxo é
considerado a continuação da tradição religiosa desenvolvida em Canaã há 3 mil
anos e praticada pelos judeus na época de Moisés. (...). Um dos pilares do Judaísmo
Ortodoxo é a crença de que a Torá – os cinco primeiros livros da Bíblia
hebraica – contém as palavras literais de Deus e oferece orientação para todos
os aspectos da vida. (p. 332)
“Dentro do Judaísmo Ortodoxo,
a promessa da redenção messiânica continua sendo uma ideia central.” (p.181)
O Judaísmo Hassídico surgiu
na atual Ucrânia e enfatiza o relacionamento místico com Deus. Prega o
isolamento do mundo, a meditação, a oração, e o estudo da Torá para se
aproximar de Deus, que é um ser infinito e o centro do univerno.
O Judaísmo Neo-Ortodoxo foi
fundado na Alemanha e procurou adaptar-se ao mundo moderno, pois acreditam ser
fundamental o convívio com pessoas não judias.
O Judaísmo Reformista se
desenvolveu nos Estados Unidos, acreditando que a Torá foi escrita por pessoas
inspiradas por Deus, mas não são as palavras literais de Deus.
Portanto, uma das modificações
foi que “tanto no Judaísmo Reformista americano quanto no Judaísmo liberal britânico,
os filhos de pais judeus com mães judias são considerados judeus se eles se
identificarem como tal, sem necessidade de conversão.”(p. 175).
O Judaísmo Conservador também
se desenvolveu nos Estados Unidos para preservar o “...conhecimento histórico
conforme exemplificado na Bíblia hebraica e no Talmud..”(p.333). Portanto, além
das leis transmitidas a Moisés, o Judaísmo utiliza o Talmud da Babilônia, o
qual possui “longas discussões entre os rabis referentes à interpretação” (p.
183), e “um corpo de conhecimento místico conhecido como cabala” (p. 186).
A Ciência Judaica também
surgiu nos Estados Unidos. Seus seguidores são
Incentivados a cultivar
o contentamento pessoal e uma atitude positiva em relação a si mesmos e aos
outros. Deus não é visto como uma figura paternal, mas uma energia ou força que
permeia o universo, além de ser a fonte e o restaurador da saúde. Autoajuda,
visualizações e rezas afirmativas (com foco em resultados positivos) são
elementos centrais do credo, promovendo o bem-estar físico e espiritual. A ciência
judaica reconhece a medicina moderna e, ao contrário da ciência cristã, permite
o tratamento médico convencional. (p. 333)
O Judaísmo Reconstrucionista
ou Judaísmo Progressista, também americano, acredita que as leis da Torá só podem
ser consideradas se elas tiverem alguma finalidade para o povo judeu ou para a
humanidade como um todo, caso contrário as leis devem ser reconstruídas, ou
seja, reinterpretadas. Além disso, ele acredita na substituição da ideia de um
Deus autoritário por um relacionamento íntimo e individual com Ele.
Por fim, o Judaísmo Humanista,
também americano, é uma alternativa ateísta à religião tradicional, pois
considera o povo judeu uma cultura étnica, sem relação com Deus, com rituais
que incentivam a autodeterminação, a autoajuda e a razão para moldar sua vida.
Com o surgimento do
Cristianismo, desenvolveu-se diversas ramificações: a Igreja Católica Romana, na
Itália; as Igrejas Ortodoxas Orientais; a Igreja Armênia; as Igrejas Ortodoxas
do Leste, em Istambul; o Luteranismo, na Alemanha; o Anglicanismo, na
Inglaterra; a Igreja Menonita, na Holanda; o Presbiterianismo, na Escócia; os
Batistas, na Holanda e na Inglaterra; os Quacres, na Grã-Bretanha; os Amish, na
Suíça; os Irmãos Morávios, na Alemanha; o Metodismo, na Inglaterra; os Shakers,
na Grã-Bretanha; o Unitarismo, na Inglaterra; o Mormonismo, nos Estados Unidos;
os Irmãos de Plymouth, na Inglaterra; o Cristadelfianismo, nos Estados Unidos;
a Igreja Adventista do Sétimo Dia, nos Estados Unidos; o Exército da Salvação,
na Inglaterra; os Testemunhas de Jeová, nos Estados Unidos; a Igreja de Cristo
(Cientista), nos Estados Unidos; o Pentecostalismo, nos Estados Unidos; o
Movimento Carismático; e as Novas Igrejas Africanas.
A divisão entre a Igreja Católica
Romana e as Igrejas Ortodoxas ocorreu por causa de diferentes visões sobre a Santíssima
Trindade. Enquanto a Igreja Ocidental enfatiza a natureza pecaminosa da
humanidade, a Igreja Oriental foca em sua bondade essencial; enquanto a Igreja
Ocidental baseia-se nos dogmas, a Igreja Oriental é mais centrada nos cultos;
enquanto a Igreja Ocidental celebra sete sacramentos, a Igreja Oriental celebra
sete mistérios.
O Luteranismo considera
somente a Bíblia como único guia e acreditam que as pessoas chegam a Deus por
meio da fé em Jesus Cristo, não por meio das obras. Já o Anglicanismo possuem
uma linhagem de bispos e celebram dois sacramentos: o batismo e a eucaristia.
A Igreja Menonita está esperando
a segunda vinda de Cristo e seus seguidores vivem uma vida de oração e santidade,
com trabalho missionário e de ajuda humanitária.
O Presbiterianismo acredita
que a salvação é uma dádiva de Deus dada por predestinação. Já os Batistas
creem na primazia da Bíblia e que o Batismo deve ser realizado somente nos
adultos.
Os Quacres não possuem
sacerdotes, sacramentos ou liturgias formais, pois acreditam que podem
comunicar-se diretamente com Deus. Eles são contra as guerras e se recusam a
fazer juramentos legais.
Os Amish rejeitam o
desenvolvimento e se vestem de maneira tradicional. Além disso, administram
suas próprias escolas, rejeitando a ajuda do Estado.
Os Irmãos Morávios são
orientados pelas Escrituras para a religião e a conduta, com pouca ênfase na
doutrina. Já os Metodistas dão mais ênfase às Escrituras do que aos rituais.
Os Shakers foram fundados
por uma mulher que “...afirmou ter recebido revelações confirmando que era a
contraparte feminina de Cristo”. (p. 336). Ela e seus seguidores saíram dos
Estados Unidos ao serem perseguidos, mas“... ainda são respeitados pelo estilo
de vida austero e pelo mobiliário simples que criaram”. (p. 336).
O Unitarismo não acredita na
Santíssima Trindade, mas em um único Deus, e buscam a verdade com base na
experiência humana, não na doutrina religiosa. Não utilizam uma hierarquia
eclesiástica, pois suas congregações são independentes.
O Mormonismo, ou a chamada a
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, seus seguidores devem
seguir o exemplo de Jesus, adotaram algumas outras revelações como a permissão para
casamentos polígamos e a possibilidade de todos os homens se tornarem deuses.
Os Irmãos de Plymouth rejeitam
a separação das igrejas protestantes e a ordenação de sacerdotes e enfatizam a importância
da oração, do estudo bíblico e do trabalho missionário constante.
O Cristadelfianismo rejeitam
a doutrina da Santíssima Trindade, a ordenação de sacerdotes, a participação de
qualquer atividade política ou militar e esperam a segunda vinda de Cristo.
A Igreja Adventista do Sétimo
Dia também esperam a segunda vinda de Cristo e seguem as regras de dieta do
Antigo Testamento, evitam diversões mundanas, como jogos de azar e danças, e
guardam o sábado. Já o Exército da Salvação tem como objetivo o trabalho missionário
e social.
Os Testemunhas de Jeová também
“...esperam pela vinda do reino de Deus, rejeitam o nacionalismo e questionam
doutrinas como a Trindade”. (p.337). Para eles, Deus estabelecerá seu reino na
Terra após destruir o mundo governado por Satanás. Desse modo, Jesus não virá
novamente, pois Jesus não era Deus, mas a primeira criação divina.
As Testemunhas de Jeová
acreditam que Cristo é o representante oficial de Deus, e não parte de uma
Trindade. Do mesmo modo, o Espírito Santo não faz parte da divindade, mas se
manifesta em forças como a gravidade.
Durante o reinado de
mil anos de Cristo na Terra – um longo “Dia de Julgamento”- , os mortos ressuscitarão
e serão julgados por Jesus, enfrentando um teste final com a libertação de Satanás
no mundo. Só os verdadeiros fiéis, um seleto grupo de 144 mil, sobreviverão
quando Jesus devolver o domínio do reino a Deus. (p. 313)
A Igreja de Cristo acredita
que aqueles que compreendessem a relação entre Deus e o amor desenvolveriam o
dom da cura.
O Pentecostalismo enfatiza
as experiências espirituais como cura, exorcismo, profecia e o dom de línguas
após o batismo pelo Espírito Santo.
O Movimento Carismático é
baseado nos dons do Espírito Santo e também acreditam na segunda vinda de
Cristo.
Já quanto a penúltima religião
analisada, o Islamismo, vale salientar que o livro destacou que para seus
seguidores a revelação de Maomé é considerada a revelação definitiva de Deus, a
qual foi memorizada por eles e escrita na forma do Alcorão, pois a humanidade
interpretou de modo incorreto a mensagem das revelações, considerando as
escrituras judaicas e cristãs atuais em desacordo com a revelação pura de Deus.
A controvérsia de quem seria
o sucessor de Maomé causou a divisão do Islamismo entre: sunita e xiita, sendo
que 85% dos islamitas são sunitas.
Além de sunitas e xiitas, há
outras ramificações do Islamismo: os Caridjitas, no Oriente Médio; o
Ismaelismo, na Península Arábica; os Drusos, no Oriente Médio; o Sufismo, na
Turquia; o Ahmadi, na Índia; o Salafismo, no Egito; e a Nação do Islã, nos
Estados Unidos.
Para o Islamismo há cinco
princípios para seus seguidores: não há outro Deus além de Alá e que Maomé é
seu mensageiro; orar cinco vezes ao dia; fazer a peregrinação a Meca; e
observar o jejum durante o mês de Ramadã.
O Islamismo Xiita ainda
possui mais cinco pilares: “... fazer doações para o benefício da comunidade,
fazer o bem, proibir o mal (...), amar a família do profeta e afastar-se de
quem não professa o mesmo.”(p. 271)
É interessante observar que “...
a caridade é um ato voluntário, mas em alguns países é regulamentada pelo
governo. Nesses casos, o indivíduo recebe um boleto para pagar a taxa ou pode
deixar a contribuição em caixas específicas nas mesquitas ou em outros lugares”.
(p. 266)
Os Caridjitas acreditam que
o califa deve receber essa posição por meio de eleições. Além disso, observam
fiel e literalmente o Alcorão, tendo uma vida puritana de acordo com as leis
islâmicas.
Os Ismaelitas creem em um único
Deus, no profeta Maomé e na sharia. A partir da sua doutrina surge as crenças
da seita dos Drusos, caracterizada pelo extremo sigilo.
Os seguidores do Sufismo
seguem um mestre espiritual e buscam uma experiência direta e pessoal com Deus,
geralmente caracterizada por intensos estados de êxtase e transe.
O movimento Ahmadi acredita
que ele recebeu uma inspiração divina, o que conflitava com a ideia de que Maomé
era o última profeta.
O Salafismo é uma reação à
disseminação da ideologia ocidental contra a idolatria e inovação, rejeitando a
especulação teológica e priorizando a verdade literal do Alcorão.
Por fim, a Nação do Islã é
uma combinação de crenças centrais do Islamismo com um forte interesse político
da população afro-americana.
O último capítulo do livro
estudou as Religiões Modernas. Entre elas está o Sikhismo, a Santeria, o Mormonismo,
o Tenrikyo, os Testemunhas de Jeová, a Cientologia, o Wicca, a Meditação Transcendental,
o Universalismo, o Hare Krishna e o Qigong.
Os seguidores do Sikhismo são
contra cinco vícios: luxuria, raiva, cobiça, apego emocional e vaidade. Além
disso, eles proíbem a realização de rituais, peregrinações e práticas supersticiosas
e são estimulados a desenvolver virtudes tais como: honestidade, simplicidade,
monogamia e restrição total de álcool e drogas. Cabe salientar que no Sikhismo
não há sacerdotes, pois não há conversão das pessoas de outras crenças, pois
todas as religiões que creem em um só Deus são válidas.
Para a Santeria, os
elementos da religião africana tradicional com o catolicismo são misturados de
forma que os
... hinos são substituídos
por toques de tambores e cantos, com o objetivo de induzir a um estado de
transe. Durante o transe, o praticante pode ser possuído por espíritos que transmitem
mensagens dos ancestrais. Os tambores transmitem mensagens ao orixá. (p. 305)
Para o Tenrikyo, seus
seguidores devem viver uma vida plena de alegria, evitando as tendências
negativas: mesquinhez, cobiça, ódio, amor-próprio, rancor, raiva, ambição e
arrogância.
A Cientologia, uma filosofia
religiosa, lida com traumas do passado para alcançar a reabilitação espiritual.
Já o Wicca crê na reencarnação e em rituais baseados na natureza.
A Meditação Transcendental
objetiva transcender os limites da consciência física e acessar a força
criativa de forma que “... melhore o bem-estar físico e psicológico e aumente o
potencial para a criatividade, permitindo que o indivíduo vivencie um estado de
“comunhão com a fonte da vida” e supere pensamentos negativos...” (p. 320).
O Universalismo reconhece
... a necessidade de
uma dimensão espiritual e religiosa para a vida e acreditam que podemos
aprender com todas as religiões do mundo. A ênfase está na busca humanista por
verdade e sentido, não na crença em um ser supremo e na salvação após a morte
(...)
... seus “Sete Princípios”:
o valor e a dignidade inerentes de cada pessoa; justiça, igualdade e compaixão nas
relações humanas; a aceitação mútua e o estímulo de crescimento espiritual; uma
busca livre e responsável por verdade e sentido; o direito de consciência e o
uso do processo democrático dentro das congregações e sociedade em geral; a
meta de uma comunidade mundial; e respeito pela rede interdependente de toda
existência. (p. 321)
No Hare Krishna, seus
seguidores usam práticas devocionais para agradar ao deus Krishna e desenvolver
um relacionamento com ele. Já no Qigong são realizados exercícios de meditação.
Não posso nem considerar um
livro longo de 352 páginas, mas sim um dicionário ou enciclopédia das religiões. Claro que,
para ser um dicionário, acaba sendo superficial, mas para ser um livro, é extremamente
detalhado, longo e cansativo.
Sou uma pessoa que adora
ler, principalmente livros sobre religião, mas o primeiro e segundo capítulos,
sobre Crenças Primitivas e Crenças Milenares e Clássicas, se tornou um trabalho
árduo, pela falta de informações e pelas informações desnecessárias contidas no
livro.
Fiquei surpresa ao saber que
o Hinduísmo e o Budismo Indianos são mais formas de vida que uma religião. O
que fez eles se tornarem alvo de adoração de diversos deuses foram as ramificações
construídas no decorrer dos anos, mas suas formas originais eram formas de
viver sem sofrimento. Isso fez com que cativasse meu interesse por ambos e serão
alvos de futuras leituras mais aprofundadas certamente.
É surpreendente também a
quantidade de ramificações que o Judaísmo e o Cristianismo desenvolveram,
principalmente o Cristianismo. A impressão é que o Islamismo, como religião
monoteísta, é a que possui mais credibilidade, menos divergência dentro do
grupo de seus seguidores, o que levou a um numero menor de ramificações.
Dentre as Religiões
Modernas, nenhuma me surpreendeu tendo em vista que ou eram ramificações das já
citadas ou derivadas de alguma já existente.
Se você é um estudante de
teologia, é interessante ter esse exemplar em casa, até porque é um livro bem acessível
em relação ao custo. Caso queira se aprofundar em uma religião específica,
aconselho procurar uma bibliografia mais direcionada, para você não perder seu
precioso tempo lendo quase 400 páginas superficiais, que não vão te acrescentar
muita coisa.